Todas as relações que estabelecemos, tanto socialmente quanto profissionalmente, podem influenciar decisivamente a nossa carreira. Isso ocorre, principalmente, por causa do chamado “Quem Indica”, ou QI. Embora o termo muitas vezes seja utilizado de forma pejorativa, o QI é uma realidade. Além da indicação para vagas efetivas, há diversas situações em que conhecidos e amigos de funcionários de uma organização têm privilégios ao saber, antes e com maiores detalhes, da abertura de processos seletivos.
Segundo dados da consultoria Deloitte, seis em cada dez empresas brasileiras se utilizam do QI na hora de fazer as suas contratações. Algumas chegam até a incorporar as indicações profissionais feitas por funcionários à cultura da empresa. Um exemplo de grande empresa que institucionalizou o QI é a IBM. A prática está de tal modo incorporada que um programa específico oferece bonificação quando a indicação de um funcionário resulta em contratação para cargos críticos e altamente estratégicos.
O Google é outra organização que recebe as indicações de forma organizada, realizando metade de suas contratações via QI (a outra metade se dá através do processo clássico, com o envio de currículo para a empresa). Todos os funcionários podem indicar um profissional conhecido inscrevendo-o diretamente para algum cargo em aberto em um sistema criado especialmente para este tipo de processo. As informações inseridas nesse sistema servirão, depois, de base para o recrutamento.
Além de Google e IBM, várias outras organizações assumem abertamente que valorizam mais os candidatos que chegam à empresa por indicação de funcionários. Uma das ideias centrais é a de que o funcionário sabe a responsabilidade e importância de fazer uma indicação. E entende também que a sua própria credibilidade pode ser colocada em risco no caso de uma indicação equivocada. Por isso, existe uma probabilidade maior de trazer à empresa apenas profissionais qualificados e confiáveis.
Neste cenário, é muito importante manter a credibilidade junto aos amigos e ex-colegas de trabalho, cultivando boas relações e, é claro, qualificando-se de forma contínua. Também é necessário estar apto para fazer indicações sempre que possível, em um espírito colaborativo que só tende a ajudar toda a sua rede a atingir postos cada vez melhores.