Vagas existem e pessoas procurando oportunidade também, mas o problema dessa equação está na falta de mão de obra qualificada no Brasil. Há escassez de profissionais qualificados, especialmente em áreas onde a demanda está em um nível alto, como: infraestrutura e petróleo e gás.
Um dos fatores que dificultam a conquista de um emprego é a falta de preparo para determinado cargo. O Brasil está entre os piores do ranking em termos de qualidade da educação do ensino secundário. Hoje, menos de 7% dos jovens brasileiros fazem cursos profissionalizantes junto com a educação regular. Em países desenvolvidos essa média chega a 50%.
Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral mostra que 91% das companhias pesquisadas têm dificuldade na contratação de profissionais, especialmente para vagas de compradores, técnicos, administradores, gerente de projetos e trabalhador manual, pois há falta de visão global dos candidatos, deficiência na formação básica e a falta de fluência no inglês.
Para contornar essa situação e preencher as vagas, as companhias têm optado por caprichar no pacote de benefícios, montar ambiciosos planos de carreira e criar cursos específicos de treinamento. Além disso, as empresas foram obrigadas a abrir mão de exigências como experiência, pós-graduação e fluência em inglês.
Segundo a pesquisa, no nível técnico, quase 60% das companhias reduziram as exigências para contratação. No nível superior, a porcentagem é de 45,51%. Em 2010, quando a Dom Cabral fez a primeira pesquisa de carência de mão de obra, os porcentuais eram de 54% e 28%, respectivamente.
Outro ponto que merece atenção consiste em diminuir a diferença entre o que os jovens aprendem na universidade e o que o mercado de trabalho espera deles. Muitas vezes o ensino é focado na parte teórica e a parte prática não é o bastante quando o formando entra no ambiente profissional.