Atualmente, o Brasil é o país vice-campeão em empreendedorismo no mundo, com aproximadamente 20 milhões de empresas. O número crescente dos negócios, no entanto, não reflete uma realidade tão positiva quanto se imagina. De acordo com um estudo de Shikhar Ghosh, divulgado pela Harvard Business School, revela que, em todo o mundo, 75% dos empreendimentos lançados não vingam.
Para tornar menos arriscado o processo de criar uma empresa, uma nova metodologia vem sendo testada e implementada pelos empreendedores: a lean startup. Baseado na estratégia de atuar especificamente em ações que evitam o desperdício de tempo, custo ou recursos, o conceito de lean tem como objetivo alcançar a qualidade e um time to market mais rápido.
A metodologia parte do princípio que tanto o problema (necessidade do cliente) quanto a solução (produto) são desconhecidos, o que torna essa descoberta um processo interativo. Para isso, a ferramenta está dividida no seguinte tripé:
- Customer Development: Processo detalhado para testar e validar suas hipóteses sobre clientes, produto e mercado;
- Desenvolvimento Ágil: Aplicação de metodologias tais como XP e Scrum – ajustadas para o ambiente das Startups – que possibilitam grande redução do tempo de cada iteração de desenvolvimento, aumentando a velocidade do aprendizado através de feedback real dos clientes/usuários;
- Plataforma Tecnológica como commodity: Uso de serviços, frameworks e tecnologias diversas, como WordPress, Amazon e Google Adwords, para garantir baixo custo e agilidade na concepção de produtos com base tecnológica.
Lean Startup no Brasil
A filosofia vem ganhando cada vez mais espaço nos negócios em todo o mundo, especialmente na área de tecnologia, que precisa ser mais eficiente e objetiva para acompanhar a demanda do mercado e se tornar competitiva.
No Brasil, a ferramenta também se destaca, apesar de ainda enfrentar dificuldades de implementação devido à dificuldade de se compreender os conceitos e siglas originais do inglês. O conceito de produto mínimo viável (MVP, do Inglês Minimum Viable Product), por exemplo, vem sendo confundido com a criação de um produto que deve ser mais simples para ser entregue mais rápido. Já as técnicas de validação de hipóteses são quase sempre comparadas à pesquisas simplificadas de mercado.
Dessa forma, para que haja um melhor entendimento do processo, e o mesmo seja eficaz, algumas universidades que contam com cursos de administração já estão adaptando o currículo para ensinar a metodologia aos alunos.