Mahatma Gandhi, Nelson Mandela e Martin Luther King são exemplos de líderes com a capacidade de influenciar pessoas sem ter, necessariamente, autoridade sobre elas. Com o intuito de investigar como estes três ícones mundiais conseguiram mobilizar multidões em prol de uma causa, em situações e momentos distintos, João Marcelo Furlan, CEO da Enora Leaders, viajou para Índia, África do Sul e Estados Unidos em 2014.
Furlan identificou três aspectos que se repetiram ao longo da trajetória dos três líderes e que podem servir de fonte de inspiração no campo profissional. O primeiro ponto mostra que eles tinham uma ampla visão de mudança. “Quando Mandela foi preso disse aos seus familiares que tempos difíceis viriam, mas enxergava que o fim do Apartheid era um futuro possível, e essa visão positiva o ajudou a suportar 27 anos de prisão”, diz Furlan.
Já no discurso “Eu Tenho um Sonho”, de Martin Luther King, Furlan também explicita a ampla visão de mudança: “eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade”, disse Luther King. Essa era a imagem que ele projetava para o futuro. Dessa forma, no ambiente profissional vale refletir sobre qual o objetivo a ser alcançado e acreditar nas grandes mudanças positivas que o tornarão uma realidade.
O segundo quesito presente nos líderes é a perseverança para superar barreiras em curto e médio prazo, em prol do objetivo em longo prazo. Em 1906, Gandhi passou a usar o termo SATYAGRAHA, ou “insistência na verdade”, para definir sua crença e abordagem da não violência com o objetivo de superar a ocupação britânica. Essa atitude, diz Furlan, influenciou e permeou a atuação de Mandela (que conheceu Gandhi, pessoalmente) e Luther King (que viajou à Índia para estudar os seus métodos).
A integridade, por sua vez, era uma virtude que se repetia nos três líderes. Além disso, suas trajetórias materializaram os exemplos de humildade e fraternidade que quiseram transmitir às pessoas, diz Furlan.
Um exemplo é que Gandhi costumava lavar os pés dos doentes, atitude símbolo de sua humildade. Seus seguidores se identificaram com estes valores, o que explica, em parte, sua enorme capacidade de influência. Portanto, deve existir humildade na forma de liderar.