É inegável que as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço no mercado de trabalho, porém ainda há um longo caminho para percorrermos rumo a um cenário mais igualitário. Pelo menos é o que aponta uma pesquisa realizada pela consultoria Ernest & Young com líderes empresariais de vários países. No Brasil, por exemplo, as posições de diretoria e presidência são ocupadas por mulheres em apenas 7% do total.
Cristina Boner, presidente de uma grande empresa no ramo da tecnologia, é uma das mulheres que fogem à regra nacional. “Eu me esforcei demais. Eu trabalhava 14, 15, 16 horas, quando tinha algum colega trabalhando oito ou dez”, conta a presidente da Globalweb.
Esta diferença de esforço e recompensa é um dos principais fatores indicados pela consultoria Ernest & Young para o prazo de 80 anos até alcançarmos uma situação mais justa. A consultoria chegou ao resultado de oito décadas de acordo com o ritmo de inclusão de mulheres, em cargos superiores, em mais de 400 empresas ao redor do mundo. “É muito tempo. São quatro gerações e não dá para esperar”, defende a sócia da consultoria Marina Nogueira.
Outro fator apontado pela pesquisa é que a presença de mulheres em cargos executivos, principalmente onde há maioria masculina, pode elevar a produtividade de uma empresa em até 25% ao ano. “A mulher traz um olhar um pouco mais detalhista e talvez mais crítico, além de um olhar muito focado em gestão de pessoas. Não é melhor nem pior, é simplesmente complementar à visão masculina. Essa empresa tende a ser mais produtiva, mais inovadora e com crescimento mais sustentável”, afirma Marina.