O sucesso profissional já não é mais resultado apenas de habilidades técnicas. Cada vez mais as empresas levam em conta as chamadas “soft skills”, habilidades ligadas à inteligência emocional e à disposição psicológica para o trabalho, como um dos pré-requisitos para preencher uma vaga.
De acordo com Ricardo Haag, gerente executivo da Page Personnel, esse motivo tem a ver com o cenário econômico mundial e o consequente aumento das exigências por produtividade. “Em equipes enxutas e com cobrança intensa por resultados, o profissional precisa se relacionar bem e ser capaz de se automotivar para o trabalho”, explica.
Dessa forma, testes de personalidade são um recurso cada vez mais usado em processos seletivos. “As empresas estão bastante preocupadas em descobrir se o candidato tem atitudes e valores compatíveis aos seus”, comenta.
Em qualquer área, o equilíbrio emocional é uma das habilidades comportamentais mais procuradas. “Os ambientes corporativos andam tensos e exigem do profissional muito jogo de cintura para estabelecer bons relacionamentos”, diz Haag.
Pela mesma razão, pessoas resilientes fazem brilhar os olhos dos empregadores. “São aqueles capazes de impedir que o seu desempenho oscile quando o ambiente não vai bem”, afirma ele.
Outra competência valorizada é a chamada “visão de dono”, ou seja, a postura de assumir o trabalho como se a empresa fosse sua. “Isso implica não renunciar a uma tarefa importante só porque ela não está na sua ‘job description’, por exemplo”, diz Daniela Ribeiro, gerente da Robert Half. Por fim, a capacidade de questionar e propor inovações para uma situação é outro comportamento valorizado pelo mercado.