Diariamente profissionais de diferentes áreas realizam suas atividades laborais repetindo centenas de vezes o mesmo movimento. Assim, tanto um funcionário corporativo que passa horas seguidas na frente de um computador quanto um cabelereiro que realiza penteados segurando um secador por horas estão expostos à Lesão por Esforço Repetitivo (LER).
Embora sejam conhecidas há mais de um século, as doenças relacionadas ao esforço repetitivo passaram a ser diagnosticadas com mais frequência nos ambientes de trabalho a partir da década de 1990, principalmente pelo advento dos computadores nos escritórios. Tenossinovite, tendinite, bursite, sintomas como formigamentos nos ombros e dores no pescoço e outras lesões similares advém da repetição de certos movimentos. Alguns quadros de dor crônica podem levar trabalhadores a se afastarem de suas funções. Segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, cerca de 100 mil trabalhadores são afastados anualmente em consequência das LER.
Atualmente, as Lesões por Esforço Repetitivo recebem uma denominação adicional, sendo chamadas também de Distúrbios Ósteo-musculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Todos os casos de afastamento por LER/DORT precisam ser notificados ao Ministério da Saúde como acidentes de trabalho. A partir desta notificação, os órgãos competentes realizam uma checagem geral para compreender se houve algum tipo de negligência por parte da empresa capaz de gerar o desenvolvimento da doença.
Para evitar a perda de funcionários, muitas organizações, além de atentar para as questões ligadas à ergonomia, investem em atividades preventivas. Dentre as principais estão a prática de ginástica laboral e a visita periódica de fisioterapeutas e/ou médicos oferecendo orientações para a melhoria de postura e realização rotineira de alongamentos capazes de evitar o desenvolvimento de LER/DORT.