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Educação financeira chega às escolas da rede pública brasileira

Alunos do ensino médio terão acesso a materiais sobre empreendedorismo, orçamento e blocos econômicos mundiais.

© Depositphotos.com / hjalmeida A educação financeira nas escolas estimula o consumo consciente e o pensamento empreendedor nos alunos.

Sempre imaginamos que seria essencial ter aulas de educação financeira na escola, não é? Além de português e matemática, também conteúdos voltados para melhor administração de dinheiro no futuro, economia, investimentos etc. É justamente para atender esta necessidade que, em 2015, mais de três mil escolas públicas brasileiras receberam materiais didáticos do Programa de Educação Financeira no Ensino Médio, promovido pela Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF – Brasil). Este ano, o projeto será testado em caráter experimental em escolas de ensino fundamental de Manaus e Joinville.

Serão destinados três livros que compreendem mais de 70 situações para que os professores desenvolvam exercícios. Silvia Morais, superintendente da AEF-Brasil, destaca a importância do projeto: “É um programa transversal. Foi elaborado de maneira que pode interagir com as 18 disciplinas do ensino médio. A educação financeira não compete com o conteúdo obrigatório da grade”. Dentre os capítulos, vale destacar temas como empreendedorismo, noções básicas de orçamento e blocos econômicos.

Para se integrar com a grade de ensino, alguns tópicos falam sobre a evolução das moedas no mundo (história) e outros sobre o processo de decomposição de materiais no meio ambiente (biologia), relacionando ao consumo consciente.

Para a especialista em educação infantil Cássia D’Aquino, “É um programa prático, mas que paradoxalmente pouco fala de dinheiro porque o que interessa não é ter uma criança que lide bem com a grana, pois ela não recebe salário. O interessante é preparar as bases para que na vida adulta ela seja capaz de fazer isso”.

D’Aquino, que já criou um programa semelhante na década de 1990, tenta aproximar este conteúdo com o que crianças e jovens têm mais contato. “É dado o exemplo do Skank, uma banda de Belo Horizonte, que fez uma caderneta de poupança por um ano para conseguir gravar o primeiro disco e então estourar”. Ela ainda reforça a importância de programas assim nesta faixa etária: “O interesse é total porque elas estão no momento de criar raiz. São muito atentas, interessadas e curiosas”. Além do mais, os alunos se tornam agentes multiplicadores, transmitindo o que aprenderam em casa, para a família.

Outro ponto positivo é que pais e outros professores interessados poderão ter acesso aos materiais didáticos. O projeto de Cássia D’Aquino, por exemplo, teve seu conteúdo transformado em uma coleção de quatro livros. Já o projeto da AEF pode ser acessado gratuitamente na internet, clicando aqui.

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