Certo dia, ouvi de um empresário que “funcionário que possui muitas e rápidas experiências profissionais em seu currículo não serve”, pois isso representaria um alto nível de instabilidade, que certamente, na visão dele, o levaria a deixar rapidamente o emprego em sua empresa. E ele não está só, são muitos os que pensam assim e que evitam contratar trabalhadores com tal característica.
Notadamente, as pessoas estão ficando por menos tempo em seus empregos do que em relação a décadas atrás, quando era comum aposentar-se exercendo a mesma função de quando se começou.
Em função de um dos males mais comuns dos tempos atuais, a ansiedade, as pessoas estão menos pacientes e mais imediatistas. Isso as levam a tomarem decisões que frequentemente são as melhores no momento, mas que provavelmente prejudicarão sua carreira. Mas também é fato de que o pensamento da maioria dos colaboradores evoluiu e o trabalho passou a ter a importância de trazer uma realização para muitos que almejam crescimento profissional, desafios constantes e ambientes de trabalho saudáveis. E muitas empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, não acompanharam essa evolução e ainda não investem adequadamente para que isso seja satisfeito.
Em função dessa nova realidade, é incabível esperar que o candidato a uma vaga de emprego apresente apenas uma ou duas experiências ao longo de toda uma vida profissional. Por outro lado, cabe a ele saber que várias experiências muito curtas são malvistas e o prejudicam, sim.
Se permaneceu na maioria dos empregos por menos de um ano, ou é porque está avaliando mal a empresa ao entrar, e aceita vagas que não se adequam ao seu perfil, ou é porque diz sim para outra proposta estando empregado há pouco tempo. De uma forma ou de outra, a longo prazo, isso acarretará em consequências negativas para si mesmo.
E a pior coisa que pode acontecer para um profissional é ser antiético. Portanto, planeje bem suas escolhas, não faça opções no calor do momento e pese todos os prós e contras antes de tomar uma atitude.”
Por isso, deixo duas dicas para que seu currículo não fique “manchado”.
Antes de aceitar uma proposta de emprego, busque o máximo de informações a respeito da empresa. Quem são os proprietários, qual seu perfil, o histórico do negócio, os produtos ou serviços que oferece e qual é a relação de trabalho com os colaboradores. Se perceber que a chance de se adaptar é pequena, pense duas vezes antes de aceitar o trabalho.
Se, no entanto, optar por assumir essa vaga, pense duas vezes antes de sair. Receber um salário superior em outra organização pode ser tentador. Mas lembre-se do impacto negativo que a mudança pode acarretar em seu futuro profissional. Há, também, o risco de não se adaptar ao novo emprego e a transição tornar-se malsucedida, levando a uma nova mudança.
Lembre-se: o artifício de omitir experiências do currículo ou tirar uma nova via da carteira de trabalho é facilmente detectável, mesmo pelos selecionadores menos experientes. E a pior coisa que pode acontecer para um profissional é ser antiético. Portanto, planeje bem suas escolhas, não faça opções no calor do momento e pese todos os prós e contras antes de tomar uma atitude. Seu currículo agradece!