A inclusão social de pessoas que possuem algum tipo de deficiência física ainda é uma tarefa bastante complicada, especialmente quando se trata de uma colocação profissional. Isso porque, em pleno século XXI, muitas empresas ainda não sabem como lidar com esse processo de integração mesmo após a aprovação da chamada Lei de Cotas, que obriga empresas com cem ou mais colaboradores a preencher uma parte de sua grade de cargos com pessoas com deficiência.
De acordo com a pesquisa “Pessoas com deficiência — expectativas e percepções sobre o mercado de trabalho”, realizada pela empresa de consultoria i.Social em parceria com a ABRH Brasil, ABRH São Paulo e Catho, foi constatado que 90% das empresas acreditam não estar preparadas para empregar profissionais com deficiência ou propiciar aos gestores o suporte necessário para essa inclusão.
Infelizmente, os profissionais com deficiência enfrentam muitas outras barreiras em sua vida, sobretudo no que diz respeito ao preconceito. Entre os entrevistados, 50% afirmaram já ter sofrido algum tipo de preconceito dentro do ambiente corporativo. Além disso, 64% dos gestores que foram entrevistados confirmaram que ainda existe resistência na hora de contratar um candidato com deficiência.
A maior prova dessa carência dentro das empresas está no seguinte dado: segundo as respostas obtidas por meio dos entrevistados, 28% dos recrutadores trabalham em locais que não possuem programas de inclusão, sendo que 88% das empresas só contratam esses profissionais apenas para o cumprimento da lei.
Esses dados mostram que apenas a imposição da Lei de Cotas não é suficiente para que haja realmente uma inclusão dos profissionais com deficiência. A realidade é que a qualidade das vagas continua bem ruim, e as melhorias necessárias precisam ir desde a acessibilidade até a forma de tratamento das pessoas dentro do ambiente de trabalho.
A pesquisa foi realizada nos meses de setembro e outubro de 2017 e escutou mais de 1.091pessoas com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida e 1.240 profissionais de RH que estão na linha de frente na contratação dessas pessoas. A maioria dos entrevistados é formada por profissionais que estão fora do mercado de trabalho, mas que possuem alta escolaridade, idade economicamente ativa e deficiência adquirida.
Com a divulgação desses números, o principal objetivo é fazer com que as empresas entendam a importância da inclusão social e da mudança na cultura organizacional. Desse modo, se tornará possível expandir as oportunidades igualitárias e acabar com esse grave problema que assola o mercado de trabalho.