Faz parte da natureza humana fazer planos para modificar a vida – mudar maus hábitos, estudar mais, procurar um novo trabalho, iniciar a leitura de um livro, começar a praticar esportes – especialmente no início de um novo ano. Mas isso inclui também as atividades corriqueiras do dia a dia, como organizar o guarda-roupa ou atualizar a agenda de telefones.
Entretanto também faz parte da natureza humana usar desculpas para fazer essas coisas depois, amanhã, na próxima semana – e com isso a lista de pendências aumenta na mesma proporção ao tempo em que vamos deixando as tarefas para depois.
O nome disso é procrastinação: o ato de adiar resoluções que precisariam ser tomadas no momento presente.
A procrastinação pode tornar-se um grande problema, pois esse hábito se faz presente na rotina pessoal, familiar e também na acadêmica e profissional, além de causar aquele sentimento de culpa, baixar a autoestima do indivíduo e leva-lo a sentir medo do resultado da avaliação de seu trabalho.
Estudos acadêmicos sobre o assunto apontaram quatro pilares que sustentam a procrastinação. São eles a personalidade, a tarefa de baixo valor, as expectativas e o medo de falhar.
1. A personalidade desempenha um forte papel na procrastinação, já que algumas pessoas são mais impulsivas do que outras. Mesmo sendo difícil controlar a personalidade, a opção é controlar o ambiente e torna-lo o mais favorável possível para a realização das tarefas pendentes;
2. Se considerarmos que uma determinada tarefa é de baixo valor, a tendência é deixa-la de lado. Se não puder muda-la e torna-la mais agradável, tente fazê-la num local ou num horário em que você se sinta bem;
3. O pilar da expectativa é o mais difícil de mudar, mas mesmo que a tarefa seja difícil de completar, o ideal é separá-la em partes e dar o primeiro passo. Você se sentirá satisfeito e motivado ao completar cada parte da tarefa;
4. O último pilar está no âmago da essência humana: o medo de falhar. A solução neste caso é a confiança nas suas habilidades e competências, afinal o “não” você já tem, é preciso correr atrás do “sim”!
Sabendo agora quais são os pilares da procrastinação você não tem com o que se preocupar, pois existe solução! Leia as dicas abaixo para diminuir – e quem sabe erradicar – a mania de procrastinar:
1. O primeiro passo é determinar quais são os seus objetivos e prioridades, fugindo de alvos não consistentes, vagos e abstratos. Se você quer juntar dinheiro para comprar um carro, veja quanto você precisa poupar por mês. Com uma boa razão para movimentar-se, você conseguirá sair do comodismo;
2. Esteja preparado para possíveis mudanças no rumo de sua vida, afinal o mundo é dinâmico e estamos suscetíveis a imprevistos. Não estabeleça dezenas de metas exageradas para não se frustrar;
3. Comece com missões pequenas para, aos poucos, ir ganhando terreno, aumentando a adrenalina e procurando atingir objetivos maiores – ação gera ação;
4. O esforço para fugir da procrastinação é mais profundo do que imaginamos, pois não é apenas a preguiça ou a má gestão do tempo que nos leva a “deixar para depois”, mas o nosso modelo mental programado para reagir às circunstâncias, que é construído ao longo de toda a vida.