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Nota de crédito do Brasil é rebaixada pela agência de risco Standard & Poor’s

A redução nacional se deve ao aumento da dívida pública e a crise no setor energético; caso ocorra mais um descenso, os investimentos internacionais diminuirão

Na última segunda-feira, dia 24 de março, a Standard & Poor’s (S&P), agência de risco fundada há 150 anos e com escritórios em 23 países, rebaixou o “rating” (nota) de crédito do Brasil de “BBB” para “BBB-”, numa classificação de mínima “D” e máxima “AAA”. Basicamente, as notas mais baixas representam maior probabilidade do não pagamento de dívidas por empresas ou países e, portanto, caso mais um descenso ocorra, a aplicação de recursos financeiros internacionais na economia nacional diminuirá futuramente.

Tabela

O uso das letras para a categorização foi acordado como uma linguagem universal, permitindo ao investidor estrangeiro comparar entre diferentes países antes destinar seu capital. Desta forma, o Ministério da Fazenda (MF), em nota emitida na mesma data em que a S&P realizou a divulgação do rebaixamento, afirmou que “a mudança anunciada é contraditória com a solidez dos fundamentos do Brasil”, argumentando que, em 2013, o superávit primário do PIB (Produto Interno Bruto) foi de 1,9%, “suficiente para reduzir o endividamento público”.

Entretanto, é preciso salientar que o superávit/déficit primário é o resultado da arrecadação do governo, porém, os juros das dívidas não são considerados pela medida. Sendo assim, os números que melhor representariam a situação seriam aqueles referentes ao superávit/déficit nominal, conceito que inclui a taxas impostas ao débito da Federação.

Por outro lado, o MF destacou o crescimento econômico de 17,8%, no período da crise internacional iniciada em 2008, e que a agência errou ao colocar em dúvida a suficiência do Investimento Estrangeiro Direto (IED) no País, uma vez que US$ 65,8 bilhões chegaram ao Brasil nos últimos 12 meses, credenciando-o entre os cinco maiores receptores mundiais de IED.

Dinheiro

Foto: sescap-pr

No entanto, fatores como a queda de 6,46% do Índice BOVESPA neste ano, o aumento da dívida pública em 0,6% (chegando a 58,5% em março de 2014 em relação aos 57,9% registrados em abril de 2008) e a crise no setor energético, motivaram a S&P a anunciar o decréscimo do rating nacional. Porém, em relatório publicado no dia 25 de março, a agência garantiu que o “rebaixamento da nota do Brasil não afeta imediatamente a qualidade de crédito dos governos locais e regionais”.

Apesar de tudo, com a avaliação da Standard & Poor’s, houve redução da nota de 13 instituições bancárias como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Brasil, HSBC Brasil, Banco Citibank SA, Itaú BBA, Banco do Nordeste do Brasil e a Sul América Seguros. Além disso, outras 27 organizações receberam observações negativas.

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