O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou alta de 0,92% em março, percentual maior do que fevereiro (0,69%), além de representar a maior taxa para o mês de março desde 2003, quando o indicador foi de 1,23%. Produtos alimentícios, leguminosas e passagens de avião lideram a lista dos itens que mais refletiram na alta.
Este resultado atual ficou 0,23% acima da taxa de fevereiro. Em março de 2013, o IPCA foi de 0,47%. Em janeiro, os preços subiram 0,55%, a menor taxa para meses de janeiro desde 2009. Em relação ao primeiro trimestre do ano, a alta acumulada dos preços é de 2,18%. A alta medida nos 12 meses é de 6,15%, acima dos 5,68% relativos aos 12 meses anteriores.
O IPCA mede a inflação para as famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos em nove regiões metropolitanas do país: São Paulo, Recife, Belém, Belo Horizonte, Rio de Janeiro Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, além do município de Goiânia e de Brasília.
Alimentos lideram a inflação
De acordo com o IBGE, a batata inglesa, por exemplo, ficou 35% mais cara em março. O tomate subiu 32,8%, raízes e legumes tiveram alta de 21,95% e o preço do morango subiu 18,7%.
O arroz e o feijão também apresentaram alta; o feijão carioca subiu 11,8%, o arroz 0,22% e o ovo de galinha 8,2%. O grupo das hortaliças teve alta de 9,32%. Todos os alimentos consumidos na mesa do brasileiro tiveram alta de 2,43%.
O grupo dos alimentos e passagens aéreas representaram juntos, 79% da inflação do mês de março. A média nacional do aumento das passagens aéreas foi de 26,5%.
INPC variou 0,82% no mês de março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,82% em março, acima do resultado de 0,64% de fevereiro.
Entre os índices por região, o maior foi o de Brasília (1,38%) em virtude da alta de 51,65% nas tarifas das passagens aéreas.
O INPC se refere às famílias com rendimento de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande.
Considerando os últimos 12 meses, o índice ficou em 5,62%, percentual acima da taxa de 5,39% dos 12 meses anteriores. Em março de 2013, o INPC foi de 0,6%.
Previsão da inflação para 2014 e 2015
O Banco Central afirmou na última quarta, 9, que a previsão do índice de inflação de 2014 e 2015 irá piorar em relação ao mês de fevereiro, e será de 4,5%, acima do valor central da meta.
A informação está na última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Neste encontro, os representantes do comitê decidiram aumentar a taxa de juros para 11% ao ano.
No cenário atual de referência, o BC considerou juros e câmbio estáveis em 10,75% ao ano e dólar cotado a R$ 2,30, ao passo que, no cenário do mercado, leva em conta as previsões dos economistas das instituições financeiras para as tais variáveis da economia.
No relatório de inflação, divulgado no fim de março, pouco antes da última reunião do Copom, a autoridade monetária estimou um IPCA acima de 6% para este ano. Para 2015, a estimativa do Banco Central é de que a inflação chegue a 5,5%.