A palavra vestibular vem do latim e significa “entrada”. O termo acabou sendo consagrado como o nome da prova para ingresso na faculdade. Até um neologismo foi criado para definir quem presta estas provas, o “vestibulando”.
Os vestibulandos têm uma dura rotina de estudos em busca de uma vaga na universidade, pudera, somente no concurso mais concorrido do país, o Fuvest, 172 mil pessoas se candidataram às 11.157 oportunidades oferecidas para 2014. A disputa é acirrada: os cursos mais concorridos chegaram a 62,91 candidatos por vaga.
Os conhecimentos exigidos desses candidatos tornam a prova cada vez mais difícil, por isso muitos optam por cursos preparatórios que focam somente no ingresso na faculdade. É comum que os vestibulandos se dediquem inteiramente a rotina de estudos. Muitos deixam de namorar, sair com os amigos e até de trabalhar para conseguir acompanhar as matérias que caem nas provas, que além de diversas, são bastante aprofundadas.
Os especialistas em estudos, no entanto, consideram um erro que ao aluno deixe a vida social de lado. É preciso ter momentos de lazer e descompressão para conseguir assimilar os conteúdos de forma saudável, sem prejudicar outros aspectos da vida do estudante, diz Alexandre Crispi, 36, criador da rede de colégios ALUB, uma das que mais aprova alunos nas universidades de Brasília. “Todo vestibulando se cobra muito e tem a pressão e a ansiedade de passar no primeiro vestibular ou no ENEM. Isso faz muitos alunos desistirem na primeira prova”, analisa.
Crispi explica, ainda, que não é só a pressão do vestibular que faz muitos estudantes desistirem da universidade. Ele atua na preparação de alunos para o vestibular há 15 anos e ainda universitário, quando começou a palestrar sobre rotinas e técnicas de estudos, no início de sua carreira, ele percebeu que muitos jovens não podiam pagar por um ensino de qualidade que possibilitasse o ingresso na graduação.
Pensando nisso, o professor de física e ex-líder estudantil, criou a rede de colégios ALUB que foca na preparação dos alunos para concursos, sejam eles universitários ou não. O público da escola é de baixa renda, normalmente a classe C e, por isso, as mensalidades são inferiores a um salário mínimo.
Para incentivar ainda mais seus alunos a não desistirem, Crispi também os prepara psicologicamente: “Digo aos meus alunos que quem persiste após a primeira reprovação quase sempre passa na próxima prova em uma universidade federal ou no ENEM”, afirma.
Entre os dados animadores que o professor leva aos seus alunos há o número de vagas nos vestibulares. “Houve aumento de em 132% no número de vagas oferecidas nas universidades públicas e nas bolsas do PROUNI. Isso diminuiu a concorrência e ficou mais fácil passar para quem tem persistência”, diz o professor.
Para quem vai prestar vestibular, Crispi deixa dez dicas para melhorar o desempenho nos estudos e nas provas, as mesmas que passa aos 14 mil alunos de sua rede de ensino:
1) Monte um planejamento diário de estudos, com uma grade de horários que inclua momentos para assistir as aulas do cursinho, estudar as matérias em casa, ler, praticar atividades de laser e físicas.
2) Conscientize-se que passar no vestibular ou no Enem é um projeto de médio prazo, que leva entre 1 e 2 anos de preparação, dependendo do curso e da universidade. Saber disso reduz as falsas expectativas e consequentemente a ansiedade.
3) A cada mês de estudo, refaça uma prova de anos anteriores do vestibular ou do ENEM. Isto ajuda a compreender o que a banca elaboradora cobra nas provas e, consequentemente, a direcionar o que você deve priorizar para estudar.
4) Priorize um cursinho que possua uma boa relação custo-benefício. Os cursinhos cresceram muito com o novo ENEM, principalmente porque os professores estudam a tendência das provas e, portanto, são fundamentais para ensinar como aplicar o conhecimento nas questões.
5) É normal o sono vir quando se esta estudando em casa, a sugestão é alternar o tempo entre uma disciplina de humanas e de exatas a cada uma hora de estudo. Isso aumenta a concentração.
6) Durma no mínimo seis horas por dia. Na bioquímica cerebral, o que estudamos durante o dia é sintetizado à noite durante o sono.
7) No dia da prova, leve um lanche para comer durante as cinco horas do vestibular ou ENEM. Após três horas sem comer começa ocorrer hipoglicemia, que gera dificuldade de raciocínio, desconcentração e até o famoso “branco”. Muitos alunos saem antes do término das provas devido à fome, não deixe isso acontecer.
8) Não saia antes do término do tempo de prova, mesmo que tenha terminado. Aproveite o tempo restante para revisar as questões que tinha dúvida. Isso aumenta muito a sua pontuação e fará a diferença na aprovação.
9) A redação é a parte mais importante das provas. Redija o texto no início da prova. É comum o tempo acabar e o aluno ainda não ter concluído a redação.
10) Terminou a prova, ufa! Agora que você está aguardando o resultado saiba que, qualquer que seja ele, passar ou não passar são consequências normais. O que não se pode é desistir! Se precisar estudar por mais um ano, então estude, porque se você persistir, vai passar!