Entre os dias 17 e 20 de agosto aconteceu o Conarh, um dos eventos de gestão de pessoas mais importantes da América Latina. E entre os palestrantes esteve Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei. Em sua palestra “Conquista e Sustentabilidade”, ele contou um pouco sobre seu trabalho dentro e fora das quadras e deu lições de como liderar equipes rumos aos objetivos certos.
Bernardinho defende que um bom líder não permite transgressões e leva todos a entenderem a importância dos processos rumo ao sucesso. Por isso, deve sempre procurar fazer o que é certo, e o certo nem sempre é fácil. “O líder precisa convencer as pessoas a executarem ações que nem sempre elas querem. Geralmente ele cobra mais do que dá bônus”, explica. “Um time bem liderado tem objetivos em comum e a consciência de que só conseguirá alcançar os objetivos com a participação de todos. Ninguém é menos importante num time e ninguém bate meta sozinho”, completa.
Sendo assim, a capacitação, tanto do líder quando dos funcionários, é a chave para que um time seja o melhor. Isso porque, segundo Bernardinho, não adianta talento sem resultado. Em qualquer time, seja dentro de uma empresa ou em quadra, talento e determinação precisam ser sinônimos para quem quer obter grandes resultados.
E para embasar sua defesa, citou um estudo feito por sociólogos ingleses sobre a teoria dos 10 anos ou 10 mil horas. Segundo o estudo, o sucesso de grandes atletas é fruto de trabalho duro, com determinação e foco, somando 10 anos ou 10 mil horas de suor, estudo e treino. “Eles não se tornaram um grande sucesso do dia para a noite. Nada substitui o treino, que é a forma de capacitar as pessoas a realizarem coisas.”
Conhecido por seu jeito enérgico, o técnico revelou que não se sente confortável em um ambiente exclusivamente harmônico, pois este esconde falta de confiança. Desse modo, Bernardinho se descreve como um provedor de zona de desconforto. “A cobrança é parte do processo de crescimento. Com o tempo a pessoa vai perceber que essa ação não é uma punição, mas parte de todo. Assim como o questionamento, a inquietação. Eles promovem mudança, e a mudança leva ao crescimento.”
Liderar pelo exemplo
Todo funcionário precisa de um norte. E é aí que entra o líder, que usa o seu exemplo ou de outros nomes importantes para convencer seu grupo a trabalhar em busca de um determinado objetivo. Quando os funcionários percebem que há uma entrega por parte do líder, passam a sentir desejo de fazer parte do time.
Bernardinho defendeu que existem dois pontos que ligam uma equipe aos objetivos propostos pelas empresas: um é o planejamento e o outro é a disciplina. É esta a ponte que liga nossos sonhos às nossas realizações. “Aliado a tudo isso, cabe ao líder motivar sua equipe, despertar o sentimento de necessidade que a fará realizar coisas com paixão, determinação e foco.”
Se mesmo com todo o empenho a equipe tropeçar, a primeira atitude a ser tomada para se dar a volta por cima é assumir a responsabilidade. Caso contrário, a equipe nunca vai entender porque perdeu e isso não é interessante. A partir daí, o time deve seguir trabalhando, buscamos a evolução, o conhecimento e novas formas de fazer o que já se sabe. “A lição é nunca se contentar com o que foi alcalçado. Devemos buscar a excelência sempre”, finaliza.