No final do ano passado, foi anunciado que em 2016 não haveria nenhum concurso público federal, mas sem muitos detalhes para embasar a afirmativa, a incerteza gera muita expectativa em quem está acostumado a se preparar para os concursos.
“Este ano será um ano enigmático, pois, juntamente com a crise econômica instalada, temos uma grave crise política que acaba influenciando negativamente todos os setores. Se fôssemos nos balizar somente pela crise econômica, eu resgataria o cenário de 2011, quando a então Ministra do Planejamento, Mirian Belchior, anunciou o corte nos concursos públicos e, ainda assim, mais de 24 mil funcionários públicos federais foram empossados”, lembrou o diretor acadêmico da IOB Concursos, Leonardo Pereira.
Ainda que o cenário econômico pareça desfavorável, Pereira lembra que o advento das Olimpíadas Rio 2016 pode fazer com que a economia brasileira “respire” com menores dificuldade e favoreça a posse de novos servidores. “Como pontos positivos, podemos nos alicerçar no fato de ser um ano de muita exposição para o Brasil. Pode ser que isso gere a pressão pela recomposição de postos na Polícia Federal, na Receita Federal e também nas Polícias locais e Guardas Metropolitanas”, afirmou o diretor.
Ao se tratar dos concursos mais esperados, Pereira acredita que, de volta ao cenário federal, a julgar pela autonomia financeira da PF, é muito provável que esse concurso, por exemplo, aconteça. “Diferente da Receita, que demandaria a sugerida pressão e necessidade”, disse. “Para o Banco do Brasil dou como certo o concurso. Já os Correios, tem aquela velha história que se arrasta há anos. Mas se o INSS saiu, tudo pode acontecer. Na minha visão muitos concursos saem do papel”, disse.
Procura vs. Expectativa
Pereira lembra que existe uma diferença entre procura e expectativa que deve ser explorada pelo bom candidato. Segundo o diretor, a procura acontece quando um edital é publicado ou está em vias de ser. “Isso aquece o mercado e é impulsionado muitas vezes pelos candidatos que terão menores chances de serem aprovados, pois o tempo de preparação é menor”, disse. Nesse sentido, as áreas de maior procura seguirão a linha das ofertas mais anunciadas como Polícia Federal (Delegado e outros), Banco do Brasil e algumas agências reguladoras como ANTT. “Sobre a Receita, o tema é polêmico. Os maiores especialistas na área que fazem parte do órgão acham muito pouco provável que aconteça”, comentou.
Depois da procura, tem a expectativa. De acordo com Pereira, os bons concursos públicos, como é o caso da RFB, demandam um enorme grau de conhecimento dos candidatos, o que exige deles anos de preparação. “Para o candidato que pretende uma dessas carreiras, tanto faz um ano aquecido como um ano morno, pois a necessidade de preparo será a mesma. Esse grupo que mantém a linha da expectativa aquecida geralmente é composta pelos candidatos que terão mais facilidade na aprovação”, disse.
“Quem quer mesmo ser funcionário público tem que aproveitar a oportunidade do momento, verificando que a maior parte de seus concorrentes habituais está desmotivada, para ganhar terreno em conhecimento. O resultado será alcançado por quem não desistir”, finalizou o diretor.