A inadimplência nos empréstimos para pessoas jurídicas alcançou a maior taxa registrada nas estatísticas atuais: 2,8%, segundo o Banco Central. Se for falar apenas das pequenas e médias empresas, esse número aumenta para 5,4%. Paralelo a isso, os pedidos de falência cresceram 31,6% no trimestre, comparado ao mesmo período de 2015, de acordo com dados da Boa Vista SCPC.
Entre as causas para esse problema – que são muitas, ainda mais nesse momento de instabilidade econômica do país – uma merece atenção: a falta de educação financeira dos empreendedores. Se não souberem administrar as finanças pessoais, como poderão sustentar um negócio?
Uma das primeiras informações que o empresário tem que saber é que ele tem, sim, uma remuneração, que é o pró-labore. Isso quer dizer que ele tem que adequar suas despesas a esse valor, assim como os funcionários vivem com o seu salário. No entanto, muitos fazem retiradas ao longo do ano sem planejamento e controle.
Se essa prática for constante, a empresa dificilmente conseguirá sobreviver por muito tempo, o que refletirá diretamente na condição financeira de toda a família. Sente e converse com seu(sua) companheiro(a) e filhos e explique o que está acontecendo. Isso fará com que cada um ajude o outro a passar por essa fase juntos.
Para evitar – ou sair – desse cenário nada agradável, separe os orçamentos pessoal e empresarial. Relacione os sonhos individuais e coletivos da família e as metas da companhia. Em paralelo, tenha reservas para casos de emergência e possua capital de giro. Parece muita coisa, mas com disciplina e determinação, é possível colocar tudo em seu devido lugar.
Além disso, separei algumas dicas aos microempreendedores, a fim de facilitar o entendimento de que educar-se financeiramente é essencial para a vida, independente de qual seja a sua situação:
- Pensa em ter um negócio próprio? Então, esteja educado financeiramente em sua vida pessoal e familiar;
- Reúna a família e defina o padrão de vida, em especial nos primeiros anos do negócio, que, geralmente, são os mais difíceis. Lembre-se que, quem escolhe ser empresário, irá assumirá 100% de risco. Todos da família devem saber disso;
- Saiba quais são os sonhos individuais e coletivos, de curto (até um ano), médio (de um a dez anos) e longo prazos (acima de dez anos), não esquecendo da aposentadoria;
- Elabore um orçamento financeiro familiar que dê prioridade aos sonhos (e não às despesas) e continue poupando para a realização deles;
- Se for abrir uma empresa, escolha um ramo do qual goste muito e procure o máximo de informações possíveis sobre a área de atuação;
- Elabore um plano de negócio contemplando as áreas comercial e marketing, administrativo e financeiro e técnica-produtiva;
- Faça um orçamento financeiro que contemple receitas, custos, despesas e rentabilidade. Seja coerente na hora de definir o pró-labore dos sócios;
- Para que o negócio tenha sucesso, um dos pontos a ser considerado é o capital de giro, para, depois de algum tempo, não precisar buscar dinheiro no mercado financeiro. Pois, quando isso acontece, os sócios acabam perdendo o foco no negócio.