Aprendemos grandes lições com essa Olimpíada do Rio de Janeiro. Se quisermos aplicá-las no mundo corporativo, não nos faltam boas oportunidades.
O que eu queria abordar hoje é como, em meio a uma crise enorme, o Brasil conseguiu fazer uma cerimônia de abertura e encerramento com um custo menor do que outras Olimpíadas de outros países, pensando “fora da caixa” e atingindo seus resultados com grande sucesso. Foi uma tarefa que envolveu uma equipe enorme, muito planejamento, um prazo que não podia ser mudado e pouca verba.
Embora todos pensassem que iríamos fazer um fiasco nas apresentações, não houve nenhum erro digno de menção. Claro que devem ter ocorrido inúmeras falhas que não vimos. Mas nada que abalasse nossa percepção de que, mesmo “menos rica”, a cerimônia de encerramento também falou das raízes brasileiras, homenageou nossos pintores, cantores, poetas, arquitetos e outros os artistas que mostram a beleza do nosso Brasil. Isso sem poder ensaiar no palco, que estava sendo usado pelos atletas.
Somos um povo sem planejamento? Certamente. Nada na nossa história nos incentiva a planejar. Não temos um inverno rigoroso que nos obriga a fazer uma reserva para uma época de neve onde não há o que comer. É uma terra de solo fértil onde se plantando “quase” tudo dá. Não temos desertos tão vastos como outros países que se obrigam a desenvolver técnicas especiais para sobrevivência. Isto, se por um lado é ótimo, pois facilita nossa vida, por outro não nos faz muito previdentes.
Por isso e outros fatores é sempre bom prestarmos atenção à questão do planejamento, tão essencial nos dias de hoje.
Poderíamos ter feito uma abertura e encerramento melhores se preparássemos tudo com mais planejamento? Provavelmente sim.
O importante é reconhecermos que, se ficarmos parados durante a crise não vamos chegar a lugar algum. Temos que ser criativos. Reconhecer nossas forças e saber usá-las a nosso favor.
Primeiramente é importante entendermos que resultados esperamos alcançar. Se conseguirmos definir esses alvos, temos meio caminho andado. O brasileiro não está muito acostumado a definir metas. Elas são essenciais para que possamos entender se estamos caminhando em direção aos nossos objetivos (a visão).
Depois disso, é necessário definir a equipe que vai trabalhar junta e os diferentes papéis dessa equipe. Os profissionais precisam estar afinados, como numa orquestra. Precisam conhecer bem as metas, os diferentes públicos a serem atingidos com o trabalho. Só assim o resultado pode ser bom. A orientação da nossa equipe é fundamental para que o trabalho saia de acordo com a nossa visão. Estimular este time a ser inovador, conhecendo os nossos limites e recursos é fundamental. Numa época de crise é fundamental explicar ao seu time quais os recursos que eles terão disponíveis e quais os grandes desafios que eles terão pela frente.
O gerente tem um papel fundamental para o sucesso do time, mesmo que seja uma equipe vencedora. O grupo não se auto-organiza. Explicar os objetivos dá foco e agiliza os trabalhos. Não abandone seu time. Não imagine que eles são bons e podem fazer o trabalho sem sua orientação. Você sempre pode agregar à sua equipe. Não é à toa que você está lá. Você é um líder!