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O que você precisa fazer para se sentir feliz, de acordo com a neurociência

Despertar sentimentos bons consiste em conhecer o funcionamento do cérebro e promover uma mudança de hábitos

© Depositphotos.com / william87 A neurociência ensina cinco passos para permanecermos felizes por mais tempo.

Em alguns momentos da vida nosso cérebro é tomado pela negatividade. Por mais que a gente tente enxergar o lado bom das coisas, ou que nossos amigos mais próximos e familiares nos acolham, dizendo que tudo vai ficar bem, a gente custa a acreditar numa luz no fim do túnel.

Isso acontece com todo mundo, afinal de contas, é um grande desafio permanecer com o espírito cheio de animação 24 horas por dia. Mas existem algumas técnicas que, segundo a neurociência, podem ajudar o ser humano a ser genuinamente mais positivo e feliz.

Quem revela os quatro passos para a felicidade é o neurocientista Alex Korb da UCLA, autor do livro “The Upward Spiral: Using Neuroscience to Reverse the Course of Depression, One Small Change at a Time” (A espiral ascendente: usando a neurociência para reverter o curso de depressão, uma pequena mudança de cada vez).

Uma entrevista concedida pelo especialista ao jornalista Eric Barker e publicada na Time, traz cinco ações que podem ajudar o seu cérebro a ser mais feliz. Confira:

Ouça músicas que remetem à época mais feliz de sua vida

A música tem a capacidade de ativar memórias de lugares e situações quando você ouviu aquela determinada canção. Se você foi muito feliz na infância ou na durante uma viagem especial, por exemplo, basta ouvir a música que você mais gostava naquela época, “voltar” naquele momento marcante e ter seu humor afetado de forma positiva.

“Um dos fortes efeitos da música vem da sua capacidade de nos lembrar de ambientes anteriores em que estivemos ouvindo essa determinada canção. Esse efeito é mediado pelo hipocampo, que é importante para a chamada ‘memória dependente do contexto’. Digamos que a faculdade foi o momento mais feliz da sua vida. Se você começar a ouvir a música que marcou aquele momento, isso pode ajudá-lo a se sentir mais conectado àquele cenário e torná-lo mais presente.

Sorria. E use óculos escuros

O cérebro nem sempre é muito inteligente. Às vezes ele recebe informações e não sabe ao certo como reagir. Desse modo, ele examina as pistas. É o chamado biofeedback. “É a ideia de que seu cérebro está sempre atento o que está acontecendo no seu corpo e analisa essa informação para decidir como deve se sentir sobre o mundo. Se você se sente feliz, e isso faz você sorrir, seu cérebro pode dizer: ‘Estou sorrindo. Isso deve significar que estou feliz’”, explica Alex.

E uma vez que o sorriso produz felicidade, sorria, mesmo que pareça falso, para que o cérebro interprete que você está feliz. Alex orienta que sorrir “sem vontade” pode parecer ambíguo para o cérebro, mas se você começar a aumentar a probabilidade na direção positiva, isso terá um efeito realmente benéfico.

Sobre o uso de óculos escuros, a questão é a seguinte: sob o sol costumamos franzir os olhos, fazendo com que o cérebro interprete que estamos preocupados. Com o uso de óculos escuros isso não acontece e transmitimos a informação de que está tudo bem, mudando o feedback do cérebro.

Pensar sobre objetivos muda a maneira como você enxerga o mundo

Se você estiver passando por uma situação complicada ou está estressado, pense nos seus objetivos de longo prazo. Isso dá ao seu cérebro a sensação de que tudo está sob controle e ajuda a liberar a dopamina, um neurotransmissor que o tornará mais motivado.

“Às vezes, quando sentimos que tudo está indo errado e que não estamos fazendo nenhum progresso, não precisamos mudar o mundo, mas a maneira como percebemos o mundo e isso vai ser suficiente para fazer uma diferença positiva”, explica Korb. É como se o cérebro entendesse que você está trabalhando para chegar lá, que seu esforço é para atingir algo maior”, completa.

Tenha uma boa noite de sono

Você sabia que um sono ruim pode causar depressão? Alex comenta: “Pesquisadores selecionaram pessoas com insônia, as acompanharam por alguns anos e descobriram que aquelas com insônia crônica eram muito mais propensas a desenvolver depressão. A doença causa problemas de sono, mas os problemas de sono também são mais propensos a levar à depressão.”

Para melhorar o sono, o neurocientista orienta tomar sol durante o dia e à noite procurar ambientes mal iluminados. “Ter um lugar confortável e um ritual para dormir faz com que seu cérebro possa se preparar para descansar. Escrever o que aconteceu de bom e lembrar das coisas pelo que você é grato também pode melhorar seu sono.

Como a neurociência pode vencer a procrastinação

Alex explica que existem três regiões com as quais você precisa se preocupar: o córtex pré-frontal (que considera as metas de longo prazo), o estriado dorsal (que lembra o que você fez no passado) e núcleo accumbens (que incentiva você a optar por coisas divertidas e deixar o trabalho).

Quando você se esforça, o córtex supera os outros dois. Se mantiver esse padrão, a chance de construir bons hábitos é grande. Só tenha cuidado com o stress, pois ele é capaz de colocar todo esse esforço a perder.

“O stress enfraquece o córtex pré-frontal. Essa parte do cérebro não possui recursos infinitos e não pode ficar vigilante o tempo todo. E para aliviar o stress, o estriado incentiva você a beber uma cerveja ou comer um biscoito, em vez de solucionar o problema. Por isso, o jeito é tentar ao máximo reduzir o stress”, orienta Alex. Só dessa forma você vai conseguir também parar de procrastinar.

De uma maneira geral, Alex Korb diz que a maneira mais simples de dar início a uma felicidade ascendente é dando um passeio pela manhã, se possível, ao lado de um amigo. “A caminhada é um exercício e quando você está sob o sol, beneficia seu sono. Se você praticá-lo todos os dias, tornará isso um bom hábito. E se fizer com um amigo, será ainda melhor, porque você obterá a conexão social”, finaliza.

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