Quando falamos em relacionamentos, logo pensamos naqueles que envolvem nós mesmos e os outros: família, amigos, cônjuge, colegas de trabalho. Mas tem um tipo de relacionamento que vem antes de todos e que define como enxergamos e lidamos com os outros: o intrapessoal.
No relacionamento intrapessoal, também chamado de inteligência intrapessoal, você se relaciona consigo mesmo, com seus próprios sentimentos. Ele tem como princípios o autoconhecimento, o autodomínio, a autoafirmação e a automotivação do indivíduo e a forma como eles são aplicados na nossa vida.
Quanto mais nos conhecemos, mais felizes nos tornamos, pois passamos a ter domínio das situações e pessoas que nos despertam emoções boas e ruins. Nem sempre somos capazes de controlar as situações à nossa volta, mas a prática do autoconhecimento nos permite saber lidar da melhor forma com elas, sem geração de mágoas, raivas e frustrações.
O uso da inteligência intrapessoal no trabalho
Dentro de uma empresa, ninguém alcança um resultado sozinho. É preciso que a equipe toda esteja engajada e focada no objetivo final. E um bom relacionamento entre os colegas de trabalho depende também de suas próprias relações intrapessoais. Estas afetam positivamente ou negativamente o jeito como os funcionários se comunicam.
Além dos projetos e das tarefas em si, o dia a dia dentro das empresas é repleto de momentos de crise, estresse e pressão. Sem uma boa estrutura emocional, não saberemos lidar assertivamente com esses momentos, deixando passar boas oportunidades de resolver os mais complexos problemas de maneira assertiva e rápida.
Relacionamento intrapessoal e interpessoal
Os quatro princípios já citados – autoconhecimento, autodomínio, autoafirmação e automotivação –, aliados ao relacionamento interpessoal, formam um dos pilares da Inteligência Emocional. Este conceito, criado por Daniel Goleman, se refere à capacidade de administrar os nossos próprios sentimentos e os dos outros.
Certamente você deve conhecer alguém que não se relaciona bem com outras pessoas. Elas, possivelmente, ainda não sabem como lidar com seus próprios sentimentos e ações. Isso porque damos aos outros aquilo que cultivamos dentro de nós. Se não nos amamos e não respeitamos a nós mesmos, não saberemos como amar ou respeitar o outro.
A partir do momento em que identificamos essas deficiências, fica mais fácil encontrarmos meios de preencher estas lacunas e retomarmos a boa relação com nós mesmo, e consequentemente, com o outro.
Para praticarmos o autoconhecimento precisamos, inicialmente, reconhecer que não somos perfeitos e que nada acontece na vida pessoal ou profissional só porque queremos. A humildade nos ajuda nesse processo e nos torna mais abertos na hora de olharmos para dentro de nós mesmos sem preconceitos. Ao enxergarmos verdadeiramente quem somos, identificamos as qualidades a serem evidenciadas e os defeitos a serem corrigidos para nossa felicidade e a de quem está ao nosso redor.