Seja por conta da crise, seja para realizar um sonho, o empreendedorismo tem feito muitas pessoas tirarem ideias do papel. Para se ter uma ideia, de acordo com pesquisa recente GEM (Global Entrepreneurship Monitor), patrocinada pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), quatro em cada dez brasileiros já têm um negócio próprio ou estão envolvidos em na criação de um.
Porém, ter uma empresa não é nada fácil. Além de muito planejamento, conhecimento de mercado e de um bom investimento, um negócio precisa de supervisão e ação constantes, de forma que as estratégias sejam retificadas ou ratificadas de acordo com a necessidade.
E quem não tem versatilidade necessária para olhar atentamente todos estes aspectos, pode levar a empresa à falência, o que acarreta em frustração e perda de dinheiro. De acordo com dados do Boa Vista SCPC, o número de empresas que pediram falência entre janeiro e outubro de 2016 apresentou crescimento de quase 14% em relação ao mesmo período de 2015.
Desemprego fomenta o empreendedorismo
O consultor e palestrante motivacional, Erik Penna, (www.erikpenna.com.br) lembra que, em 2016, foram contabilizados mais de 12 milhões de desempregados no país, fator que aumentou o número de pessoas se arriscando no mundo do empreendedorismo.
“De acordo com dados da revista PEGN, a taxa de empresas abertas por necessidade passou de 29% para 44%, voltando ao patamar de 2007. Isso se torna um grande risco para a sobrevivência do negócio”, comenta Erik.
Ao se deparar com este cenário, o palestrante desenvolveu uma fórmula, em cinco passos, para ajudar quem está pensando em empreender e também quem já está nesse meio lutando contra a crise. Confira:
1- Paixão
“Encontre um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida.” (Confúcio)
Quando amamos o que fazemos, engajamos as pessoas ao nosso redor, o esforço é maior, os problemas transformam-se em etapas e os resultados sempre parecem mais próximos.
Sim, há grandes investidores que ganham muito dinheiro comprando e vendendo empresas sem amar o negócio, mas como vimos acima que quase a totalidade das empresas brasileiras é formada por microempresários, vale a pena levantar todo dia e batalhar pelo que realmente se ama.
Mas só paixão não garante a sobrevivência, é preciso outro “P”.
2- Planejamento
Cuidado para não ficar tão envolvido no operacional (corre-corre cotidiano) e se esquecer do planejamento, traçar os próximos passos da empresa. Outro mito e um erro comum nos empreendedores por necessidade, é que muitos deles abrem e quebram em seguida, pois pensavam que iam trabalhar menos e que não teriam patrão. O patrão da empresa é o cliente e, às vezes, não perdoa uma única falha.
Planejar as finanças: muitos nem fazem a separação do dinheiro da empresa do pessoal. Precisou de uma grana, abre a gaveta da empresa e pega sem nem mesmo fazer os lançamentos das retiradas.
Antes de abrir o negócio, pesquise muito, estude a concorrência, o ponto que pretende abrir, as opiniões dos clientes e aprenda com os erros dos outros, pois é mais rápido e barato. E muito cuidado! Certa vez, Benjamim Franklin disse: “Quem falha em planejar, planeja falhar”.
3- Possibilidades
O sucesso de ontem não garante o de amanhã, ou seja, cuidado quando o negócio começa a decolar, pois a tendência é cair na zona de conforto e isso pode ser fatal.
O ciclo de vida de um produto passa pelos estágios de introdução, crescimento, maturidade e declínio. Portanto, reinventar-se é uma variável vital para se manter atuante num mercado cada vez mais competitivo e inovador.
Como exemplos, veja o caso da AIRBNB, fundada em 2008 em plena crise e, hoje, vale mais de 100 bilhões de reais. E a empresa Americana UBER, fundada em 2009, que já vale mais de 200 bilhões de reais, mais que a GM, FORD e Petrobras!
No Brasil, 77% das empresas listadas entre as 500 maiores em 1973 já desapareceram dessa relação.
E quem é responsável pelos passos 1, 2 e 3 que citamos acima? O “P” mais importante: Pessoas.
4- Pessoas
São as pessoas certas nos lugares certos e motivadas que têm o poder de multiplicar um negócio.
Muitas vezes o pequeno empreendedor começa sozinho ou com a ajuda de familiares, mas, à medida que vai crescendo, precisa de gente para cuidar dos processos e dos clientes. Essas pessoas precisam conseguir manter a trajetória da organização, mas a baixa qualificação, desconhecimento da cultura da empresa e o não engajamento total as tornam ineficazes, desmotivadas e o resultado pode ser desastroso.
Segundo Jim Collins, autor do livro “Empresas feitas para vencer”, o maior ativo de uma organização não são as pessoas, mas as pessoas certas. Reflita sobre quem você tem ao seu lado e quanto isso pode comprometer o desempenho de sua empresa.
São as pessoas que vão lhe ajudar a conquistar clientes e agigantar o seu negócio. Portanto, cuide da sua equipe com o mesmo zelo e carinho como imagina cuidar dos clientes externos.
5- Resultado
A observância e o monitoramento das variáveis acima são cruciais para a sobrevivência das empresas, principalmente para os micro e pequenos empreendedores no Brasil.
É utópico afirmar que se trata de uma fórmula que garante o sucesso, mas uma coisa é certa: irá minimizar os riscos e maximizar as chances de sucesso, ou pelo menos alertar quem mais precisa. A fórmula “P + P + P X P = R” se trata de um ótimo raio “x” para o seu negócio. Pense nisso!