Todos nós temos uma série de motivações para iniciarmos diariamente nossa rotina de trabalho. De ordem mais prática ou subjetiva, elas dizem muito sobre o tipo de relação que estabelecemos com o nosso trabalho – e podem indicar, até, a existência de dificuldades, resistências e desânimos. São geralmente estas motivações mais profundas e essenciais que os gestores de pessoas chamam de âncoras de carreira.
O termo âncora de carreira foi criado por Edgar Schein, especialista em desenvolvimento organizacional e ex-professor de Gestão da Sloan School Of Management- MIT. Para o especialista, a motivação é uma via de mão dupla, uma espécie de troca contínua entre empresa e seus colaboradores. Para que uma carreira se desenvolva marcada pelo entusiasmo e a produtividade, essas duas instâncias (empresa e colaborador) precisam estar corretamente alinhadas.
Schein definiu oito elementos de âncora de carreira que, segundo ele, são as mais importantes como propulsores motivacionais profissionais: Desafio Puro; Estilo de vida; Dedicação a uma causa; Segurança e Estabilidade; Criatividade Empresarial; Autonomia e Independência; Competência Técnica e Funcional e Competência Administrativa Geral.
Gestores de pessoas utilizam essas âncoras como base para compreenderem se aquelas que são fundamentais para o profissional estão ou não alinhadas com aquilo que a empresa tem a oferecer a ele. Quando o alinhamento existe em um bom nível, o gestor deve ressaltar os elementos motivadores alinhados. Em outros casos, é possível realizar algumas alterações para melhorar a motivação. Um profissional para o qual a criatividade é uma âncora importante pode sentir-se especialmente oprimido por atividades muito repetitivas. Um ajuste que permite a este funcionário ousar mais e criar soluções inovadoras certamente trarão a ele mais satisfação.
Exatamente por isso os gestores que utilizam as âncoras de carreira como ferramenta, além de conhecerem as tendências de seus colaboradores, precisam também ter noção das âncoras que podem efetivamente ser oferecidas pelas empresas. Desta maneira terão condições de criar situações cada vez mais motivadoras e produtivas, favorecendo o desenvolvimento da organização e de seus funcionários.