A dívida internacional do Brasil em conta corrente está com valor acumulado no primeiro trimestre de 2014 e representa US$ 25,186 bilhões, número considerado o maior da séria histórica do Banco Central, iniciado no ano de 1970. Até o momento, o maior rombo nas contas externas havia sido registrado nos três primeiros meses de 2013, chegando a US$ 24,704 bilhões. Já em março do mesmo ano o déficit foi de US$ 6,8 bilhões.
De acordo com os cálculos do Banco Central, o número total da dívida externa bruta do Brasil no mês de março deste ano atinge o valor de US$ 318,838 bilhões, número o qual provém do acréscimo de US$ 10,2 bilhões em relação ao montante apurado em relação a dezembro de 2013. Esses números, divulgados pelo BC, consideram balança de serviços e transferências unilaterais, balança comercial, remessas de lucros e doações.
Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central salientou que o déficit em transações correntes no acúmulo referente a 12 meses, de US$ 81,5 bilhões, representa 3,64% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos).
Segundo Banco Central, a dívida externa brasileira de longo prazo atingiu US$ 281,843 bilhões no mês de março, enquanto o estoque de curto prazo estava em US$ 36,995 bilhões no fim do mês passado.
De acordo com o último dado verificado em dezembro de 2013, a dívida estava em US$ 308,625 bilhões. Ao final do ano de 2012, estava em US$ 312,898 bilhões.
O déficit de março de 2014 em relação às reservas internacionais é de US$ 377,2 bilhões, considerado estável em relação ao mês de fevereiro. No caso, o estoque de linhas de recompra referente a março atingiu US$13,3 bilhões, recuando US$1,3 bilhão em relação a fevereiro deste ano.
Dólar em alta recua investimento no setor de turismo
A conta de serviços apresentou déficit em US$ 3,7 milhões em março e US$ 10,4 bilhões no primeiro trimestre. Itens de viagens internacionais representaram uma despesa líquida no valor de US$ 1,3 bilhão no mês. Os gastos dos turistas brasileiros no exterior ficaram na marca de US$ 1,84 bilhão em março, queda de apenas 1,3%. As despesas de viajantes vindos de outros países para o Brasil , por sua vez, recuaram 10,7%, ou seja, a soma dos gastos foi de apenas US$ 535 milhões.
Segundo Maciel, o alto valor do dólar desestimulou a presença dos turistas estrangeiros no Brasil, igualmente a saída de brasileiros como turistas aos outros países.
Diante de uma balança comercial cada vez mais debilitada, o BC estima um rombo de US$ 80 bilhões nas contas externas ainda este ano. Devido ao alto déficit, economistas explicam também a possível queda no número de investidores em diversos setores da economia dentro do país.