Muitos já devem ter ouvido falar em promessas de investimento baixo, com retorno alto e sem necessidade de venda de produtos. Pois bem, isso merece atenção uma vez que pode se tratar de pirâmide financeira, em que o lucro é obtido através da indicação de pessoas para fazer parte do grupo.
Até hoje, essa prática vem atraindo pessoas interessadas em dinheiro fácil. Porém, no Brasil, a pirâmide financeira é enquadrada como um crime contra a economia popular tipificado no inciso IX, art. 2º, da Lei 1.521/51: “obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos (“bola de neve”, “cadeias”, “pichardismo” e quaisquer outros equivalentes”).
Para entender como funciona uma pirâmide financeira, basta saber que a pessoa no topo é a primeira a vender o bem ou serviço para outras pessoas, que também têm a obrigação de continuar com as vendas, formando vários níveis, ou cadeias, sempre com um novo “degrau”.
Esse sistema não dá certo porque em algum momento a cadeia é rompida. Os valores recebidos dos novos investidores não são suficientes para pagar os membros mais antigos e os pagamentos começam a atrasar, até o momento em que param de ocorrer, com prejuízo para os participantes.
O esquema de pirâmide pode ser mascarado com o nome de outros modelos comerciais que fazem vendas cruzadas tais como o marketing multinível (MLM), que é totalmente legal e prevê a remuneração do participante pela venda real de produtos, sem obrigar ninguém a fazer uma adesão.
Outros pontos que caracterizam as pirâmides financeiras é que a duração é limitada e o produto oferecido tem pouca relevância ou é oferecido fora de valor de mercado. Além disso, a propaganda é feita por meio de grandes reuniões e treinamentos servem para impressionar potenciais interessados.
Por isso, antes de entrar em um investimento, é preciso investigar a empresa pelo Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), tanto em órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, quanto nos sites de reclamações de consumidores.
Além disso, o investidor precisa decidir com calma e não deve ter receio de fazer perguntas já que os golpistas costumam omitir informações sobre as propostas de investimento. Também é recomendado guardar toda a documentação e acompanhar as operações.