Infelizmente a notícia não é positiva para os empregados no Brasil: a crise econômica e política do país já repercute na capacidade de barganha dos trabalhadores com relação a aumentos de salário. Após vários meses de deterioração, setembro avançou como sendo o que menos deu oportunidades para aumentos salariais.
Os brasileiros perderam quatro anos e meio de melhorias nas condições para se pedir um aumento. A pesquisa foi feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base nos números que uma das maiores empresas de recrutamento do Brasil, a Catho, obteve. Com relação ao mês de agosto deste ano, em setembro houve uma queda de 2,8% no poder de negociação de salários.
A causa mais provável dessa estagnação é o fato de que o desemprego tem aumentado, lançando inúmeros trabalhadores às vagas do mercado. Essa inflação de pessoas procurando uma colocação aumenta o poder de resistência dos patrões e empurra os trabalhadores empregados à estagnação salarial.
Um dado que prova essa causa é o fato de que no mês de setembro houve um recuo de 3,4% na disponibilidade de novas vagas de emprego em comparação com agosto. Em outubro, os resultados foram melhores, com uma alta de 7,5% em relação a setembro.
Esse dado demonstra uma recuperação na disponibilidade de vagas e uma possível recuperação do poder de barganha de salário dos empregados nos próximos meses. Mesmo com crise, os meses de novembro e dezembro costumam melhorar os índices de vagas disponíveis por conta das festas de fim de ano e das férias escolares.