A qualidade de vida no trabalho (QVT) está diretamente ligada à satisfação do funcionário em relação ao ambiente da empresa e às tarefas que ele executa no dia a dia. Quanto mais feliz estiver, mais produtivo e engajado ele será.
O departamento de Recursos Humanos está sempre desenvolvendo atividades para manter a qualidade de vida dos colaboradores em alta. Assim como os líderes que, entre outros papéis, trabalham para deixar suas equipes unidas e motivadas. Porém, paralelo a essas ações, o funcionário também tem a missão de se automotivar para manter forte seu laço com a empresa e sua qualidade de vida no trabalho sempre em alta.
Em seu novo livro, “O poder das pequenas mudanças” (Editora Alaúde), a empresária e escritora Margaret Heffernan defende que pequenas mudanças podem trazer grandes resultados e mostra como a prática de hábitos simples e um novo olhar sobre a rotina de trabalho podem influenciar positivamente no clima organizacional.
Vejas algumas dicas de Margaret Heffernan:
Aprenda a ser um profissional monotarefa
Tentar fazer tudo transforma as pessoas multitarefa em editores ruins. Aqueles que tentam ser multitarefa constantemente acham difícil ignorar informações relevantes e demoram mais para se movimentar entre as tarefas. De acordo com o modo como trabalhamos criamos nosso próprio círculo de feedback: quanto mais atenção tentamos prestar a tudo, menos discernimento teremos. Quando focamos em algo, aprimoramos nossa concentração, nos lembramos do que fizemos e nos sentimos menos exaustos. Sendo assim, a monotarefa não é apenas mais eficiente, como também nos torna mais capazes de usar o conhecimento que obtivemos.
Hora demais, produtividade de menos
Consideramos que trabalhar à noite é heroísmo que jornadas longas são sinônimo de comprometimento. Porém, a produtividade não é linear. Podemos trabalhar bem durante 40 horas por semana, mas não mais do que isso. Depois disso, ficamos cansados e cometemos erros – e precisamos de mais tempo para consertar a confusão que fizemos. Após um estudo realizado durante 40 anos com funcionários públicos, foi constatado que, a longo prazo, a jornada de trabalho estendida causa os seguintes efeitos: trabalhar por 11 horas ou mais por dia dobra o risco de depressão. Uma jornada de trabalho de 55 horas semanais causa perda cognitiva já na meia idade, incluindo diminuição do vocabulário, raciocínio, processamento de informação, capacidade de solucionar problemas, criatividade e tempo de reação. Essa deficiência cognitiva leve é também um prognóstico de demência e morte precoce.
Saia para caminhar
Estudos mostraram que a criatividade aumenta quando tiramos uma folga. Quando distanciamos o olhar do trabalho e fazemos algo simples, como uma caminhada, acessamos outras partes do cérebro que nos ajudam a encontrar os insights que necessitamos para chegar ao entendimento ou à solução de um problema. Seja ao ar livre, seja na esteira, já foi comprovado que caminhar melhora a geração de ideias novas e úteis. Por isso, antes de um brainstorming, quando você ficar emperrado em um problema, ou só porque precisa de uma pausa para colocar as ideias no lugar, saia para uma caminhada de meia. É mais produtivo do que ficar até tarde no trabalho.
Perguntas melhores, decisões melhores
As perguntas são o corpo e a alma do conflito construtivo. Elas abrem caminho para o debate, que, quando bem feito, nos ajuda a ver o que tendemos ignorar, desafiando-nos a pensar de outra forma. No caso de decisões críticas, nomeie um “advogado do diabo”, ou seja, alguém cuja tarefa será questionar para obter a desconfirmação, defender posições opostas e trazer à tona os dados e argumentos que foram deixados de lado.
Tire melhor proveito dos erros
Ninguém está isento de cometer erros. Entretanto, a forma como os encaramos pode ser feita de forma positiva e produtiva. Quando bem-intencionados, não são motivo de vergonha, mas de aprendizado. Em seu livro, Margaret Heffernan conta o caso de uma empresa que implantou o “grande livro negro”, onde a pessoa que cometia um erro, independentemente do nível hierárquico, fazia uma anotação nele. Todo funcionário que ingressava na empresa precisava lê-lo. Desse modo, o livro servia para compartilhar o aprendizado a partir dos erros – para que eles não fossem repetidos – e transmitia a mensagem poderosa que todos erram. Os erros são a via crucis do progresso.
Não leve trabalho para casa… nem para suas folgas e férias
Pode parecer estranho, mas, para algumas pessoas, se desligar do trabalho exige um sacrifício sobre-humano. Porém, como em qualquer forma de vício, há diferentes formas de você se “desintoxicar”. Agendar para as férias compromissos que sejam muito difíceis ou caros demais para serem desmarcados, desabilitar o recebimento de e-mails fora do expediente e excluir seu e-mail profissional do celular durante as férias são algumas dicas.