Trabalhar fora e ter filhos deixou de ser um problema, principalmente para as brasileiras. Atualmente, mesmo diante de um mercado altamente competitivo, grande parte das mulheres cria seus filhos, dá atenção aos familiares e ainda consegue realizar as tarefas domésticas.
Ainda que elas não tenham um emprego com horários flexíveis, é possível ser mãe e participar ativamente da vida dos filhos sem que as tarefas do trabalho sofram influência direta.
Uma pesquisa global realizada pela Ipsos, empresa de pesquisa e inteligência de mercado, sobre os problemas enfrentados pelas mulheres no ambiente de trabalho revela que, para a maior parte das brasileiras (72%), casamento e maternidade não acarretam prejuízo na carreira. No entanto, essa percepção não é a mesma para as japonesas e as alemãs: apenas 17% e 21%, respectivamente, não consideram que ter filhos atrapalha o sucesso no trabalho.
Essa diferença pode ser sentida em outros países. A tendência, segundo a pesquisa, é de que as nações em desenvolvimento, como Brasil, Indonésia e África do Sul, sejam mais otimistas do que os países mais ricos do G-20, como Alemanha, Inglaterra, França e Japão.
Dentre os fatores que podem determinar essa percepção estão o grau de desenvolvimento, a cultura e o nível de conscientização das mulheres sobre a desigualdade de gênero. Esse último item é o caso do Japão, onde historicamente a mulher ocupa um papel secundário.
Equilíbrio entre família e trabalho
Apesar dos dados revelados e do otimismo das mulheres, ainda hoje muitos chefes não compreendem as necessidades e são inflexíveis. O Brasil vem melhorando neste sentido, mas ainda há muito preconceito com mães ou grávidas – em termos financeiros, a grávida gera custos para a organização. Ainda assim, o desejo de formar uma família tem sido cada vez maior.
A pesquisa ainda revela que, no Brasil, 36% das mulheres já sofreram assédio no trabalho, mas o maior desafio para elas está na promoção da diversidade. Mais da metade das brasileiras entrevistadas acredita que homens têm mais acesso a empregos do que elas e 48% acreditam que eles têm também maior possibilidade de crescimento na carreira profissional. Além disso, a equivalência de remuneração entre os sexos é considerada um grande problema para 43%.