A necessidade de se comunicar, em todas as suas modalidades possíveis, sempre esteve presente nas histórias das relações humanas. Nela, a crescente interação estabelecida entre emissores e receptores foi e é primordial para a própria memória das conquistas e descobertas da sociedade, sem a qual a transmissão do conhecimento não seria possível e a evolução humana estaria descartada.
Em pleno século XXI não precisamos de mais esforços para nos convencer da importância de todos os processos comunicacionais, mas há novos horizontes urgentes: precisamos compreender as nuances e circunstâncias distintas nas quais a comunicação é preponderante para a sobrevivência.
Uma delas diz respeito à capacidade de comunicação dos profissionais das organizações de hoje e do futuro. A importância está intimamente relacionada ao benefício individual, porque as desvantagens da timidez, do bloqueio e dos problemas de organização das ideias já nos dão evidentes exemplos e testemunhos dos fracassos no desempenho profissional.
A importância da comunicação
Se após a sobrevivência física a maior necessidade humana é a sobrevivência psicológica, a comunicação verbal dos gestores das organizações deve ser questão colocada em primeiro plano no rol das prioridades empresariais. Repito: sem uma eficiente interação, a transmissão das mensagens ocorre com ruídos danosos que podem ser fontes de problemas para profissionais e organizações.
Mais do que nunca, sobretudo em virtude da ascensão da era da informação, a comunicação serve ao crescimento da interação entre grupos sociais, porque é primordial na troca de conhecimentos. Por outro lado, esse crescimento de importância conferida à comunicação expõe ainda mais os agentes sociais à óbvia ação requerida: comunicar-se. Não há como fugir.
E também não é de se espantar, portanto, que a cada dia seja constatado o alarmante número de indivíduos desqualificados para estes novos tempos nos quais as suas capacidades comunicacionais são testadas e desaprovadas.
Quantas pessoas você conhece com déficit na capacidade de trocar experiências com interlocutores de gerações, culturas, credos e níveis de consciência diferentes? Imagine este indivíduo dentro de uma organização, na tarefa de interagir com outros gestores e colaboradores, cada um com seu repertório e visão de mundo? O desastre pode ser previsto.
Liderança e os desafios da comunicação
Encaminhar reuniões, liderar, vender, administrar negociações, dirigir palestras, ser combativo em debates e hábil com públicos hostis são circunstâncias nas quais a comunicação é protagonista. Também são os cenários rotineiros para os líderes das organizações, bem como situações de verdadeira convocação da comunicação verbal como habilidade gerencial.
Na verdade, a comunicação verbal só é considerada habilidade do gestor quando ele é capaz de reter a atenção dos ouvintes, criar uma atmosfera para o entendimento da mensagem, buscar feedback ao observar a linguagem corporal dos interlocutores, enfatizar quando necessário, convencer e persuadir. Bons gestores, obviamente, são bons comunicadores.
Além das características anteriores, a sua comunicação verbal eficiente funciona como um antídoto na organização, porque combate problemas como a centralização da informação, o prosseguimento de ações indevidas motivadas pela falta de feedback, ausência de entendimento, informalidade, sobrecarga informacional e negligência no tratamento das mensagens resistência a novas ideias.
Saber se comunicar dentro de uma organização pode garantir a condição de líder para gestor no momento histórico em que a competência comunicacional é supervalorizada.
Mais importante mesmo é verificar que os bons comunicadores são excelentes ouvintes, porque necessitam “ler” o feedback dos seus interlocutores a todo instante. E essa habilidade faz diferença entre algumas das nuances nas quais a comunicação se faz presente e, como disse, pode ser qualidade vital para a compreensão da cultura organizacional das empresas de hoje e do amanhã. Além de garantir a sobrevivência dos atuais e futuros líderes.