Em tempos de crise um dos pontos em que mais se bate forte é no corte de despesas. Reavaliamos o orçamento, deixamos de gastar com supérfluos e nos privamos de muitas coisas que costumávamos fazer. Mas será que não há nada em que devemos “investir” nesse momento?
Na verdade, tem sim: no crescimento profissional. Esse é um âmbito que fica fatalmente em segundo plano, especialmente em situações de instabilidade. No entanto, se pararmos para pensar, é exatamente nas dificuldades que devemos enxergar oportunidades e correr atrás para melhorar o cenário. Sendo assim, é válido o corte de gastos, mas é preciso entender que, quando se trata de carreira, é investimento com retorno em médio prazo, não despesa.
Afinal de contas, a busca por uma especialização incrementa o currículo e traz experiência e conhecimento, e isso, num futuro próximo, trará retornos, inclusive financeiro. Uma coisa leva a outra, é basicamente um ciclo. Se ficarmos parados, fazendo o mesmo que sempre fizemos, o resultado também será o mesmo – ou até pior, uma vez que a crise acaba afetando e mudando o que antes parecia funcionar bem.
Então, minha orientação é sempre investir em você mesmo antes e acima de tudo, seja tempo, seja dinheiro, seja força de vontade, porque uma hora isso volta e é você quem vai colher os frutos. É claro que esse investimento deve ser feito de maneira planejada, avaliando a situação financeira e se programando. Crescer profissionalmente deve ser um objetivo de vida e, assim como para qualquer objetivo, deve ser poupado durante um prazo a fim de ser realizado.
Para isso, é preciso praticar aqueles conceitos de educação financeira que venho falando nos últimos artigos. Quatro passos básicos: diagnosticar a situação e os números, estabelecer claramente os sonhos – nesse caso, o objetivo de crescer profissionalmente, sabendo quanto custa, quanto poderá guardar por mês e qual o prazo para realizar –, orçar corretamente, priorizando esses sonhos e readequando o padrão de vida, e poupar.
É simples, porém demanda cautela e disciplina, mas o retorno vale a pena. E então, vamos investir?