A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, como se pudéssemos usar seus óculos e ver o mundo sob a sua perspectiva, entendendo sua realidade, ou seja, seu momento psicológico, seus comportamentos e suas atitudes, gerando relações positivas e produtivas em todos os contextos.
Aparentemente é fácil, mas agir empaticamente não é tão simples assim. Vamos entender um pouco sobre empatia, falando de outros sentimentos vinculados às outras “tias”, que são a simpatia, a apatia, a antipatia e, por último, a empatia.
A simpatia é a aceitação plena do outro; aceitamos porque gostamos, porque, por alguma razão fomos cativados e abrimos o nosso coração para concordar, sem crítica ou julgamentos. Existe um lado perverso no processo que é a aceitação plena de tudo de bom e também os aspectos negativos da outra pessoa.
A apatia, creio ser o pior dos sentimentos, porque pressupõe a inexistência de sentimentos, ou seja, a plena indiferença do “tanto faz como fez” ou “nem cheira nem fede”, como se o outro, seus pensamentos e sentimentos não merecessem nenhuma atenção e consideração.
Por outro lado, há a antipatia, sentimento que reflete uma negação do outro, um sentimento de contestação, do não querer, do não aceitar, de ser rejeitado, não gostado por detestar o incômodo gerado por tudo o que vem do outro. O lado negativo é a rejeição das possíveis qualidades do outro.
A empatia é, por seu turno, o mais nobre dos sentimentos de aceitação, gerador da possibilidade de um verdadeiro entendimento e um franco e sincero relacionamento, pois é pautada por valores fundamentais, como o respeito, a consideração, a paciência, a tolerância e a flexibilidade.
Cada um de nós é diferente das outras pessoas, embora sejamos semelhantes enquanto espécie. Isso significa que cada um tem o seu próprio “mapa” existencial, refletindo a sua percepção e interpretação da realidade, pautada por suas crenças, origem, tradições, experiências de vida, conceitos, preconceitos, programações instaladas a partir da educação recebida, traumas, medos, inexperiência, limites impostos ou herdados de seus educadores, professores, amigos e familiares.
Para existir um processo empático é necessário haver a predisposição para essa flexibilidade, sairmos da nossa zona de conforto para, com paciência e discernimento, adiarmos nossos julgamentos e usarmos um par de óculos metafóricos para enxergar o mundo e as coisas sob a percepção do outro, compreendendo por que age desse ou daquele jeito, por que tem um comportamento dessa ou daquela maneira, por que fez o que fez ou faz o que faz.
Na prática, a empatia, cria os bons relacionamentos, propiciando melhores resultados em situações do dia a dia, como vendas, negociações, clima organizacional, compartilhamento de feedbacks, liderança, motivação e também, fora do contexto organizacional, relacionamentos respeitosos, moldados por gentileza e amorosidade.
Alguns elementos dificultadores da empatia:
- Pessoas que se julgam superiores às outras pessoas, tendo uma postura prepotente e arrogante, sentindo-se donas da verdade.
- Pessoas sem paciência, sensibilidade, tolerância ou agitadas demais, sem o discernimento para a compreensão do outro do jeito que o outro é.
Uma simples metáfora pode explicar o processo empático: é como se cada um visse o mundo sob uma determinada cor. Isso significa que alguns o veem azul, outros laranja, outros, vermelho e assim por diante. A empatia pressupõe uma abertura na minha cor, para aceitar e ver o mundo com a cor adotada pela outra pessoa. Desejo que você cultive sempre a empatia e tenha como resultados os benefícios gerados por essa atitude.