Onde eu devo investir? Ouço muito essa pergunta e a resposta não segue nenhuma fórmula exata. Sempre falo que onde se vai investir dependerá, principalmente, dos objetivos que serão dados ao dinheiro e o prazo para a sua realização.
Contudo, são diversas as linhas de investimentos existentes, por isso é importante detalhar as principais para que os investidores possam conhecê-las. A seguir tentarei resumidamente falar sobre essas linhas:
Caderneta de Poupança
É o mais tradicional investimento, tem característica de ser conservador e popular entre os brasileiros, principalmente para os de menor renda. Sua rentabilidade é calculada a partir de uma taxa de juros de 0,5% ao mês, aplicada sobre os valores atualizados pela TR (Taxa Referencial), e o rendimento é pago mensalmente na data de aniversário da aplicação.
CDBs e RDBs
Certificado de Depósito Bancário e Recibos de Depósitos Bancários são títulos de renda fixa que servem como captação de recursos dos bancos. Os juros pagos pela instituição ao cliente pelo empréstimo do dinheiro ao fim do término do contrato são os responsáveis pela rentabilidade. A diferença entre esses investimentos é que o CDB permite a negociação do título antes do vencimento (perdendo remuneração), enquanto o RDB é inegociável e intransferível. Nas duas modalidades, o resgate pode ser feito a qualquer momento, respeitando um prazo mínimo, que varia de um dia a 12 meses.
Títulos públicos
São títulos emitidos pelo governo buscando verbas para financiar atividades nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e pagamento da dívida pública. Os tipos de títulos são variados, com diferentes prazos e rentabilidade, que vão desde juros prefixados até a taxa Selic. Com o Tesouro Direto é possível comprar títulos públicos federais do Tesouro Nacional pela Internet ou por meio dos Agentes de Custódia, instituições financeiras que podem operar o Tesouro Direto.
Ações
Comprar ações significa adquirir a parte de uma empresa que possui capital aberto, se tornando um de seus sócios. Dentre os tipos de ações, há as preferenciais (PN), na qual o investidor tem preferência no pagamento da parcela do lucro, e as ordinárias (ON), que dão direito de voto ao acionista, entretanto tem menor peso na hora da distribuição dos lucros. Como depende da saúde de uma empresa, a compra e venda de ações apresenta alto risco, sendo mais indicada para investimentos a longo prazo.
Fundos de Investimentos
Reúnem diversos investidores (pessoas físicas ou jurídicas) que se unem para comprar cotas de ações, sendo regidos por um regulamento prévio. Esses fundos podem ser abertos, permitindo a saída de cotistas, ou fechados, em que não há entrada ou saída e não se pode resgatar o valor antes do encerramento do fundo. Geralmente esses fundos possuem rendas variáveis, tendo no mínimo 67% do seu patrimônio investido em ações.
Previdência Privada
É uma forma de poupar para aposentadoria, sem depender do INSS, na qual se pode definir o período de investimento e o valor da contribuição. Existem dois tipos de previdência: o primeiro é o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), no qual o valor pago ao plano pode ser abatido no Imposto de Renda em até 12% da renda bruta anual. Quando o dinheiro é sacado, entretanto, se paga imposto referente ao valor total que havia no fundo. O segundo tipo de previdência privada é o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), que não pode ser abatido no Imposto de Renda, mas do qual o imposto cobrado apenas sobre o valor que o dinheiro investido rendeu.
LCI e LCA
Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito Agrícola são ativos financeiros de renda fixa que possuem garantia de um bem imóvel, rendendo juros e atualização monetária aos aplicadores. São muito parecidos, a diferença está no destino do dinheiro dentro do banco, sendo que no LCA o dinheiro é investido no agronegócio e no LCI é direcionado para financiamentos habitacionais ou créditos, utilizando imóveis como garantia de pagamento. Geralmente a rentabilidade é pós-fixada, recebida no fim da aplicação.
Fundos Referenciados DI
Os Fundos DI ou Fundos Referenciados DI são fundos de investimentos pós-fixados no qual no mínimo 95% do seu patrimônio é direcionado para Títulos Públicos atrelados à SELIC. O restante é aplicado em fundos de curto prazo.
Debênture
Consiste em um valor mobiliário que sociedades por ações emitem em referência à dívida, assegurando a quem adquire o direito de crédito contra a companhia emissora. É um título de crédito privado e os credores esperam receber juros periódicos e pagamento correspondente ao valor unitário da debênture no vencimento do título, conforme estipulado em um contrato específico chamado “Escritura de Emissão”.