A notícia animou os trabalhadores brasileiros: será possível resgatar valores em contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Essa renda extra vem em boa hora, mas é preciso cuidado para não colocar em risco a reserva financeira construída após vários meses (ou anos) de trabalho.
Enquanto muitos profissionais desejam usar esse valor para pagar dívidas, outros não têm a menor ideia do que farão com o montante. Por isso, faço um importante alerta: conheça verdadeiramente a sua situação financeira antes de decidir de que forma utilizará o valor resgatado.
Aos inadimplentes, caso o valor resgatado seja suficiente para quitar a divida totalmente, é interessante agir dessa forma. Mesmo assim, é válido negociar e conseguir descontos, diminuindo parte da dívida, para então fazer o pagamento à vista. Por outro lado, se não for para quitar 100% da dívida, não vale a pena. É melhor investir o valor e para ter força para negociar no futuro.
De uma forma ou de outra, o principal a ser feito nessa situação delicada é se educar financeiramente, ou seja, mudar seu comportamento para não mais retornar à inadimplência. Muitos não sabem a diferença, mas está endividada qualquer pessoa que tenha dívidas, como parcelamentos no cartão de crédito, tenha financiamentos etc., e está inadimplente quem não consegue pagar essas contas em dia.
Muitos trabalhadores, porém, não irão usar o valor para pagar contas, mas não têm um objetivo já estabelecido. Esse comportamento é preocupante, pois na ausência de uma meta, o valor pode “virar pó” na conta corrente, ou seja: ser utilizado em compras supérfluas e de pouca importância, ao invés de adiantar a conquista e realização de um sonho do profissional.
Neste momento, oriento que mesmo se não tiver certeza do que irá fazer com o valor, resgate assim que for liberado e transfira para um investimento. Afinal, nos últimos anos o FGTS perdeu quase 40% para avanço da inflação, não é considerado um investimento interessante.
É importante lembrar que recentemente diversas instituições financeiras passaram a oferecer a antecipação do valor, cobrando juros. É preciso refletir sobre os benefícios dessa ação, já que terá acesso ao montante em breve e esse serviço é apenas uma forma diferente de endividamento.