A história da computação é protagonizada em vários momentos por mulheres, Ada Augusta Byron King (1815-1852), ou Lady Lovelace, por exemplo, foi a primeira programadora da história. Em conjunto com Charles Babbage, ela desenvolveu alguns dos primeiros algoritmos básicos usados atualmente. Outra mulher envolvida no meio foi Grace Murray Hopper (1906-1992), que contribuiu no desenvolvimento da linguagem de programação COBOL, utilizada até hoje.
Porém, o que se vê hoje em dia é que o mercado de TI é amplamente dominado pelo sexo masculino, as mulheres ocupam somente 24% dos cargos na área. Panorama que se repete nas universidades em cursos relacionados à tecnologia da informação, nos quais apenas 18% dos estudantes são do sexo feminino.
Segundo o Censo de 2010, as mulheres correspondem a um quarto dos 520 mil profissionais que atuam no setor. As barreiras enfrentadas são grandes, desde preconceito ligado ao gênero, comunicação e até diferença salarial. Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, a remuneração para as mulheres que trabalham com TI é 34% menor que a dos homens. Nos cargos de chefia a situação é pior: eles ganham em média R$ 5.478 e elas, R$ 1.909, 65% menos.
Um dos setores que mais se desenvolve no país, o TI teve crescimento com taxa de 10,8% em 2012 e entre 8% e 10% no ano passado. Em 2013, foram criados 159 mil novos postos de trabalho, segundo dados do Caged. Deste modo, as empresas do setor tentam mudar o panorama atual e investem em iniciativas para aumentar o número de mulheres em seus escritórios.
A Oracle já implantou no Brasil o “Oracle’s Women Leadership” (OWL) e a Dell fundou o “Women in Search for Excellence” (WISE), ambas com o objetivo de promover a tolerância e o respeito à diversidade e criar planos de carreira para as mulheres.
A Google atualmente tem três programas no mesmo sentido: o “Computer Science Academy”, que leva mulheres da América Latina para workshops nos Estados Unidos; o “Women Techmarkers”, feira em cidades brasileiras para mostrar oportunidades na área para as mulheres; e o “Women@Google”, que tem como ideia valorizar e incentivar as funcionárias da empresa.
A gigante HP criou, há pouco tempo, um comitê para incentivar a participação de mulheres entre os executivos e reter talentos femininos. Até o governo federal, por meio da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), vai investir, em 2014, R$ 10,9 milhões em bolsas de estudos para alunas do ensino médio que estão envolvidas em projetos em universidades de todo o país. Dos 320 projetos aprovados, 7% são da área de Tecnologia da Informação.