Entre janeiro e agosto de 2016 o número de pedidos de recuperação judicial apresentou aumento de 61,2%, em comparação ao ano passado. Os dados foram divulgados pelo Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações. Ao todo foram 1.235 pedidos.
Entre os portes, as micro e pequenas empresas lideram os requerimentos, com 741. Em segundo lugar estão as médias, com 317 pedidos, seguidas pelas grandes empresas, com 177.
A Serasa também divulgou o número de falências. De janeiro a agosto foram realizados 1.219 pedidos, o que corresponde a um aumento de 5,4% em relação a 2015. Mais uma vez as micro e pequenas empresas lideram os pedidos. As grandes estão em segundo lugar e as médias empresas em terceiro.
Para fugir das estatísticas, como identificar os pontos que podem levar a empresa a uma grave crise?
De acordo com Fábio Austrauskas, CEO da consultoria Siegen, as empresas chegam à crise após má administração e decisões econômicas incorretas. “O não reconhecimento dessas decisões equivocadas também é algo prejudicial e, muitas vezes, responsável pelo pedido de recuperação judicial”, comenta.
Fábio revela que os fatores que levam uma empresa à crise podem ser fortuitos (crises globais, catástrofes naturais), mas também podem ter origem operacional (produção e vendas) e gerencial (administração e gestão). “Dentro de cada fator existe um estágio progressivo de dificuldade, que apresenta sinais claros de que algo não vai bem. Classificamos esses estágios como precoce, intermediário e agudo”, explica.
O CEO pensa que muitas dores de cabeça poderiam ser evitadas e a saúde da empresa recuperada. “Vemos diariamente companhias recorrendo à recuperação judicial como uma possível solução para evitar a falência, quando, na verdade, esse estágio poderia ter sido evitado”, diz.
Principais sinais de crise inicial e avançada:
Iniciais
- Piora nos resultados;
- Incerteza quanto à necessidade de caixa no curto prazo
- Preocupações com nível do endividamento
- Necessidade de capitalização
- Mudanças na gestão
- Preocupação de clientes e fornecedores
- Falta de informações sobre a empresa
Avançados
- Quebra de contratos com clientes e agentes financeiros
- Vencimento de empréstimos sem renovação do crédito
- Crise de caixa iminente
- Quebra de relacionamento com fornecedores e clientes
- Taxas de juros acima de parâmetros de mercado
- Perfil das instituições financeira com quem a empresa está fazendo negócio