Ao escolher a melhor oportunidade de emprego, além dos desafios propostos e da qualidade da empresa, o salário e os benefícios estão na lista de quesitos a serem avaliados por qualquer profissional. E, no caso dos executivos, há até mesmo a possibilidade de reduzir o salário em troca de benefícios mais atrativos.
Este foi o resultado do levantamento feito pela Michael Page, empresa líder mundial em recrutamento executivo, com 226 executivos de alta e média gerência. Pelos resultados, 30% dos entrevistados consideram uma redução salarial ao negociar pacote de remuneração.
Entre os benefícios mais desejados por essa parcela estão aluguel/casa, plano de saúde (alto padrão), seguro de vida, seguro odontológico e subsídios para bem-estar. Além disso, 24% das respostas colocam o carro na liderança do pacote mais atrativo, superando opções tradicionalmente desejadas, como o 14º salário (22,57%), a participação em ações da própria empresa (14,60%) e o pagamento de escola para os filhos (10,18%).
Ricardo Basaglia, diretor-executivo da Michael Page, comenta que o valor atribuído ao pacote de benefícios ganha força, sobretudo em tempos de ajuste econômico, uma vez que assegura que o executivo continuará usufruindo de serviços importantes para a sua família e para a própria rotina pessoal. “O salário ainda é o item de maior atração, mas essa combinação pode ser uma boa estratégia para atrair e reter talentos”, completa.
Expectativa de salário e bônus
A Michael Page também sondou a expectativa dos executivos para aumento salarial e o percentual de bônus até o final de 2017. Para 62% deles, o aumento dos rendimentos deve ser de 10% no máximo. Já 27,8% acham que o aumento será entre 11% e 20% e menos de 1% são mais esperançosos, apostando em um aumento acima dos 40%.
Quando o assunto é o bônus para 2017, os executivos são mais comedidos, já que 40% deles acreditam que receberão valores parecidos ou iguais aos de 2016. Somente 22,57% dos entrevistados são mais otimistas, e acreditam que a margem de bônus pode aumentar até 10% em relação ao ano passado.
O diretor-executivo da Michael Page ressalta que muitas empresas trabalham com o pacote de bônus desenhado para o executivo atingir metas individuais, que incidem diretamente nos resultados de cada um, até para estimular o profissional a propor novos projetos e resolver pendências específicas. “Mesmo em cenários de recuperação, líderes que atuam em alta performance, naturalmente esperam receber feedbacks sobre as recompensas, e isso é padrão em todos os mercados.”
E conclui: “Executivos são movidos por desafios, superação de metas e pela inesgotável expectativa de crescimento, em todos os níveis. E é por isso que as empresas precisam estar preparadas para negociar o formato mais adequado de reconhecimento, ou premiação, ao longo do ano.”