Quando a fatura do cartão de crédito chega e o orçamento não é o suficiente, um erro que muitas pessoas cometem é pagar apenas o valor mínimo, esquecendo os juros. A Associação Brasileira do Consumidor (ABC) orienta como o consumidor pode calcular sua dívida no cartão de crédito.
Composição da dívida
Para entender como funciona, imagine que uma pessoa possua saldo devedor de R$1.500,00 e cujo cartão cobra juros rotativos de 10% ao mês. Caso opte por efetuar apenas o pagamento mínimo, esta pessoa terá que desembolsar apenas R$300,00 do total da fatura (em geral o valor mínimo é fixado em 20% do valor da fatura).
Dessa forma, o saldo da fatura que teria que ser financiado, por não ter sido pago, seria de R$1.200,00. Agora este valor será acrescido dos encargos pelo atraso no pagamento da dívida financiada. Além do juro rotativo, há ainda a multa por atraso (2% ao mês) e os juros de mora (1% a.m.). Depois de calcular os respectivos valores, inclui-se o juro do rotativo, em R$120,00 (R$1.200 x 10%), a multa por atraso, em R$24,00, e os juros de mora, em R$12,00. Os encargos equivalem a quase R$160,00.
Assim, a dívida que antes era de R$1.200,00 no cartão, passou a valer cerca de R$1.360,00 (R$1.200 + R$160) no mês seguinte. Caso a pessoa não consiga pagar o valor mínimo (20% ou R$272), é bom saber que, sobre o saldo restante, R$1.088,00, serão calculados novamente todos os encargos já citados.
Vale lembrar que, no exemplo exposto, não foram contabilizados os novos gastos do consumidor no mês seguinte. Além disso, é bom saber que a partir de 2008, de acordo com a Receita Federal, o crédito rotativo passou a pagar IOF à alíquota diária de 0,0082%. Além desse aumento do valor cobrado por dia, as operações têm, agora, incidência extra de 0,38% sobre o total da operação, independentemente do prazo.
Por isso, a dica é fugir de pagar o mínimo do cartão com frequência e ter em mente que a soma dos seus gastos nunca pode ultrapassar o valor de sua renda. Caso tenha adquirido uma dívida grande, procure o banco emissor e tente negociar condições de pagamento mais flexíveis.