O termo e a profissão são relativamente novos, apareceram há cinco anos, e são poucas as pessoas que sabem do que se trata. O Chief Data Officer (CDO), nome em inglês para o diretor executivo de dados, é o encarregado de transformar bites em novos produtos, negócios e serviços.
Para explicar melhor, todos os dias são geradas informações a partir do simples ato de clicar em uma página na internet para ler uma notícia ou ver um produto, postar nas mídias sociais, assistir, baixar ou publicar fotos e vídeos. O número resultante dessas operações diárias é impressionante: 2,5 quintilhões de bites de dados no mundo.
E para lidar com toda essa quantidade de dados e extrair informações relevantes, o Chief Data Officer utiliza o big data, um novo conceito de previsão de acontecimentos e hábitos de consumo a partir de informações analisadas com o uso de modelos matemáticos complexos e softwares sofisticados. Empresas como Google, Facebook, e sites de compras coletivas já utilizam o sistema para mapear o comportamento de seus usuários e aumentar o faturamento.
Atualmente existem cerca de 100 CDOs em organizações de mais de doze países. No Brasil, esse número é de apenas 10, porém a situação tende a se modificar. Segundo o instituto de pesquisa Gartner, 25% das organizações terão um diretor digital até 2015 e os investimentos em serviços de big data chegarão a 36,2 bilhões de dólares nesse mesmo ano. Ao todo devem ser criados cerca de 4,4 milhões de empregos globalmente. Desse total, 90 mil serão no nosso país.
As três principais áreas onde a figura do CDO está presente são: bancos, governos e setor de saúde. Mas a demanda mais crescente por esse profissional deverá se dar principalmente entre as empresas de tecnologia, na área de e-commerce.
Para quem se animou com a notícia, é bom saber que o perfil de um diretor digital é o de um profissional que tem grande conhecimento técnico, mas também uma visão de negócios e um jogo de cintura político para negociar suas ideias com os diferentes departamentos da empresa ou clientes externos.
O salário para quem está começando nessa área e possui três anos de experiência está em torno de R$ 8 mil. Entretanto, o maior desafio é encontrar pessoas qualificadas. E para tentar contornar essa situação, recentemente foi firmado um convênio entre a Universidade de São Paulo, o MIT e a organização não governamental Qibras, para capacitar os estudantes para o setor de tecnologia. E até mesmo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estuda a possibilidade de criar um curso de pós-graduação em big data.