Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), fórum de integração de governos para o compartilhamento de experiências e busca de soluções para problemas comuns, o desemprego de longo prazo dobrou em países desenvolvidos. Desta forma, o Panorama da Sociedade 2014 (Society at a Glance 2014, nome original em inglês), realizando análises nos últimos cinco anos, registrou que 48 milhões de pessoas estão sem trabalho atualmente.
Divulgado na terça-feira, dia 18 de março, o estudo aponta que desde 2007, há 15 milhões de desempregados a mais nos 34 países afiliados à OCDE, incluindo nações como França, Alemanha, Itália, Estados Unidos, Japão, Portugal e Grécia. “A tormenta financeira de 2007 e 2008 provocou não apenas uma crise econômica e orçamentária, mas também uma crise social”, explica o documento.
O levantamento da OCDE indica outro ponto importante: mais de um terço do total, ou seja, 17 milhões de indivíduos, não trabalham há 365 dias, no mínimo. Considerando tais dados, o relatório afirma que “particularmente o [desemprego] de longo prazo pode prejudicar as perspectivas de carreiras futuras e pesar na saúde mental das pessoas, além de aumentar os custos sociais”.
Sendo assim, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico aponta que os jovens, homens e pessoas com pouca qualificação profissional são os mais afetados pela redução de oportunidades disponíveis no mercado de trabalho desde a crise financeira.
Neste cenário, o número de cidadãos com idades entre 15 e 24 anos apresentou elevação de 7% de 2007 a 2013, dado referente aos países afiliados à entidade; contudo, somente em nações como Grécia, Portugal e Espanha a taxa de desemprego cresceu aproximadamente 20% no mesmo período. Vale ressaltar que o estudo Panorama da Sociedade 2014 examina o impacto da crise econômica na vida das populações por meio de indicadores como emprego, renda, pobreza, saúde, imigração e demografia.