A crise proporciona uma realidade muito preocupante para brasileiros, independente de classe social, que é a necessidade de uma readequação financeira. Se por anos vimos um crescente do poder de compra da população, agora a situação é inversa; chegou a hora de repensar o consumo.
Em um momento no qual o desemprego toma proporções assustadoras e paralelamente se observa um grande número de empresas fechando as portas, o que se vê é uma reversão do mercado de mão de obra em relação aos últimos anos. Se antes os profissionais é que estavam em uma posição de vantagem, com a necessidade de contratação e poucas opções, agora se tem muitas opções e poucas vagas. Com isso, também se percebe uma reavaliação dos valores salariais, que são jogados para baixo.
Assim, muitos profissionais que estavam antes em uma posição confortável, com estabilidade e opções de mercado, hoje se encontram em pânico, tendo que conviver com uma realidade na qual os antigos ganhos se tornam destoantes do mercado. Diante disso, a pergunta que fica é: vale a pena se submeter a cargos e salários menores ou esperar uma oportunidade que se adeque aos ganhos do passado?
Pela falta de planejamento e provisões financeiras, a grande maioria fará a primeira opção. O que não está errado, afinal de contas temos que sobreviver e é isso que conta. Mas, ao fazer essa escolha, alguns cuidados prévios são necessários, relacionados à carreira e, principalmente, ao dinheiro.
Fugindo da inadimplência
O ponto primordial é que não se poderá manter o mesmo padrão de vida de outrora, e muitos profissionais não percebem isso. Como conseguiram se realocar mesmo ganhando menos, mantêm o nível de consumo anterior. Muito provavelmente essa postura levará ao endividamento ou até à inadimplência.
É uma questão matemática lógica: se o que se ganha diminui, o que se gasta tem que acompanhar na redução. Mudou de emprego e recebeu menos? Qual o caminho? Rever todos os gastos, percebendo onde estão os excessos. O lado positivo de fazer isso é que você perceberá que grande parte do que se consome é supérfluo, que pode facilmente ser eliminado.
Contudo, muitas vezes, os cortes terão de ser mais drásticos, repensando desde o que se consome até mesmo o local onde se mora. Mas, mesmo que esse seja o caso, é fundamental que a pessoa não desanime ou se sinta frustrada, por isso, não se deve deixar de lado o direito de sonhar.
Um passo para trás possibilita que vejamos que a felicidade não estava tão relacionada ao consumo imediato, mas, sim, ao melhor planejamento, à possibilidade de traçar objetivos e lutar para conquistá-los. Com isso, aprendemos a valorizar mais os nossos ganhos e nos fortalecemos para que, em situações futuras, não estejamos tão vulneráveis.