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Do e-mail ao whatsapp: a interação da Geração Y com o mundo

iStock.com / Milenko Bokan Jovens cada vez mais imediatistas e conectados.

Até bem pouco tempo atrás, o que definia uma geração eram as conquistas da humanidade, as guerras, os personagens históricos ou as descobertas científicas. Hoje, eventos e datas não são mais os divisores de águas para marcar o surgimento de uma nova geração. Agora é uma questão de tecnologia, diz o autor de “The Gen Effect”, Thomas Koulopoulos. Para ele, na medida em que a tecnologia avança e muda um comportamento, outro modelo mental se estabelece.

Um exemplo prático e recente: quando foi que deixamos de escrever e-mails e passamos a nos comunicar mais por mensagem de texto, em aplicativos do tipo Whatsapp? Faz pouco tempo, mas isso significa que podemos estar diante do surgimento de uma nova geração, pós-Y, porque houve uma mudança significativa na forma de se comportar e no modelo mental. O tempo hoje é mais urgente do que era na época do e-mail. Todos querem as respostas na mesma hora. Querem ter certeza que sua mensagem chegou até o destinatário.

Koulopoulos diz que o tempo entre cada geração ficará menor conforme a tecnologia avançar. Existirão o que ele chama de “microgerações”, na medida em que a tecnologia crescer exponencialmente. Gerações novas serão separadas por um conjunto de comportamentos advindos de uma experiência tecnológica. Existem pesquisas e artigos que mostram que a geração mais jovem já não sabe mexer no e-mail. Acha o e-mail uma coisa antiga, ultrapassada, difícil! Em seu livro, Koupoulos afirma que se continuarmos nesse ritmo, no ano de 2.100 teremos mais objetos interconectados do que grãos de areias em todas as praias do mundo!

A Geração Z nasceu completamente dentro do mundo tecnológico. Os Millenials (ou Ys) ainda chegaram a ver o mundo não-conectado. Pegaram os primeiros computadores, os primeiros telefones celulares, os primeiros DVDs, os primeiros videogames. Eles têm uma lembrança do mundo analógico. Ao contrário desta nova geração, que ainda nos seus 10 primeiros anos de vida já começou a viver o mundo interconectado.

É interessante a história de uma criança que jogava o jogo da memória pela internet e sua avó decidiu trazer-lhe o jogo físico, para ver como a criança reagiria. Ela dispôs as peças na mesa e combinou com seu neto que começariam a jogar. O menino tocou a peça, esperando que ela se virasse sozinha, como no seu tablet. A peça obviamente não se virou e a criança disse: “quebado!”. Essa ilustração mostra que, para essa nova geração, as coisas interagem, têm vida e quase uma personalidade. Elas não conheceram o mundo fora das telas…

Da mesma maneira, Luiza, uma gracinha de dois anos, sabe que, quando quer falar com sua tia, basta tocar na foto dela no tablet. Elas conversam pelo Facetime. Para a pequena Luiza, não existe mais o conceito de telefone. Ela não viu esse aparelho funcionando sem interação, só com a voz. Ela não saberá, por exemplo, o que é uma linha fixa. Ela conhecerá “devices” que, entre outras coisas, se comunicam com outras pessoas. Mas não estaremos mais falando de celulares, mas de computadores portáteis, os smartphones. Quando ela quer falar com a tia, ela só diz: “apeta”, e a tia aparece de maneira automática no seu tablet. Tudo muito natural para ela.

Daqui a poucos anos, Luiza e seus amiguinhos serão consumidores, funcionários, nossos chefes, estudantes e professores. Mas como eles verão o mundo? Qual será sua expectativa? Como funcionará o modelo mental dessa geração? Certamente esperarão mais rapidez, mais agilidade, mas interconectividade. Mas, e nós? Saberemos preparar o mundo para essa tropa que está crescendo?

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