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Dez desculpas no trabalho e dicas para eliminá-las

Para especialista, atitudes impactam negativamente na produtividade e, para serem combatidas, é necessário que o indivíduo atravesse um processo

iStockphoto.com / LiudmylaSupynska A produtividade fica comprometida à medida que o profissional passa o tempo todo justificando suas falhas.

Desculpar-se o tempo todo pelos fracassos, afastando de si a responsabilidade – ou, pior, culpando os outros por eles -, é uma atitude bastante comum, não só no corporativismo, mas na vida em sociedade como um todo. Essa lógica, inerente aos seres humanos, é tão silenciosa quanto nociva.

“Esse mecanismo de autoproteção é nato e varia de pessoa para pessoa. Alguns desenvolvem mais, outros desenvolvem menos. E nessas tentativas inconscientes de protegermos a nós mesmos reside um sério problema”, explica João Cordeiro, consultor de gestão, pesquisador e especialista em desenvolvimento profissional.

Cordeiro é autor do livro “Desculpability” (Editora Évora), no qual lista os casos mais comuns de desculpas no trabalho, os motivos pelos quais isso acontece e dá dicas de como transformar atitudes desfavoráveis em resultados positivos.

“Este é um conceito que precisa ser eliminado, levando em consideração aspectos do que chamo de ‘Accountability’, uma espécie de virtude moral, que nos dá a capacidade de pensar e agir como donos das nossas atitudes, parando de atribuir aos outros e às circunstâncias a culpa pelos nossos deslizes. Só assim vai ser possível deixar as desculpas de lado e entregar resultados excepcionais”, completa.

O especialista listou dez desculpas mais frequentes que precisam, imediatamente, ser eliminadas do ambiente de trabalho:

01-  Eu não sabia
02-  Eu não vi
03-  Eu não fui avisado
04-  Não recebi esse e-mail
05-  Sempre fizemos dessa maneira
06-  Se eu soubesse que era pra hoje, teria feito
07-  Já enviei o e-mail
08-  Estou aguardando uma resposta
09-  Já deu o meu horário
10-  Isso não faz parte da minha função

Reprodução Obrareúne os casos mais comuns de desculpas no trabalho.

Segundo Cordeiro, para combater as desculpas instintivas, é preciso antes atravessar um processo que vai muito além do que se aplica no ambiente de trabalho:

Tomar consciência da “Desculpability”

Como todo inimigo silencioso que para ser combatido precisa ser descoberto, saber que esse mecanismo de autoproteção existe e está dentro da gente é o primeiro passo. “Estamos anestesiados, acostumados a dar desculpa, invés de apresentar soluções. Essa é uma prática corriqueira que não tomamos consciência da gravidade. Estamos fazendo isso não somente no trabalho, mas em nossas vidas pessoais”, diz.

Tomar posse do conceito de “Accountability”

Ao contrário do conceito de “Desculpability”, este é um dos passos mais importantes para transformar suas más atitudes em ações positivas. Essa virtude moral que fala o escritor, leva o indivíduo a pensar e agir de maneira que toda e qualquer desculpa vai ficando de lado, dando espaço aos bons resultados.

Praticar/Executar

Depois de ter tomado consciência de que as desculpas são inerentes à nós, mas que existe também um mecanismo que entra em conflito com isso, como sugerem os dois tópicos acima, praticar o segundo é um exercício que deve ser constante.

Aprimorar a prática

Sabendo que a prática é o que leva à perfeição, o escritor lembra que é preciso aplicar os conceitos aqui ensinados nos limites que vão muito além do trabalho. “Esse tem que ser um exercício constante que amplia as responsabilidades. O indivíduo precisa parar de pensar só em si e começar a pensar nos outros. Assim, ele zela pelas pessoas ao seu redor e torna o ambiente de trabalho muito mais do que uma obrigação, não deixando espaço para desculpas”, afirma.

Tornar a prática um hábito

Para o escritor, fazer das boas ações um hábito é uma atitude que transforma pequenas ações em resultados positivos. “A partir das minhas atitudes, eu mudo a atmosfera do lugar onde estou e mesmo que eu não consiga mudar o mundo, as minhas pequenas atitudes transformam o ambiente e as pessoas ao meu redor”, finaliza.

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