Há anos a questão de sustentabilidade vem ganhando cada vez mais espaço entre as empresas de pequeno, médio e grande portes no Brasil e no exterior. Este grande avanço social é uma conquista que merece ser comemorada sem sombra de dúvidas, mas também deve servir de alerta , pois ainda estamos distantes de um modelo ideal para o uso correto de recursos naturais e exploração da terra, para a redução da poluição de rios, mares, florestas e ar, para o fim da destruição de ecossistemas entre vários outros problemas que foram acentuados com o crescimento industrial mundial.
Todavia, segundo a Abraps (Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade), em pesquisa realizada com a consultoria Deloitte, é possível observar como a área de sustentabilidade se mantém firme nas empresas, mesmo em época de crise financeira. Foram entrevistados 370 profissionais que atuam nos setores administrativos, de engenharia, propaganda e marketing, gestão ambiental e outras áreas de empresas brasileiras (90%) e estrangeiras (10%). O levantamento apontou:
- 51% dos entrevistados desenvolvem visões estratégias para garantir o cumprimento de questões de sustentabilidade dentro da empresa;
- 48% atuam como facilitadores para viabilizar projetos ecologicamente corretos;
- 43% promovem treinamentos e projetos de sustentabilidade para os funcionários;
- 40% tentam minimizar impactos ambientais dentro das atividades da empresa, por meio de ações que vão desde trabalhos com fornecedores, compra de matéria-prima, produção e logística reversa até entrega e descarte de resíduos;
- 38% dedicam tempo para monitorar indicadores-chave de sustentabilidade dentro da empresa, como inventário de gases de efeito estufa, GRI, entre outros.
A pesquisa ainda revelou que 66% das pessoas entrevistadas afirmaram que há metas ou indicadores de sustentabilidade dentro das empresas que trabalham. Outros 60% disseram que as empresas estão em estágios básicos e contam com dois ou três profissionais que trabalham somente com sustentabilidade. Já para 55% das pessoas, as empresas onde trabalham estão em estágios mais avançados e contam com até seis pessoas em áreas relacionadas a políticas ecológicas. Outras 48% das respostas classificam as empresas que trabalham como avançadas no assunto, com mais de oito profissionais neste setor.
Investimentos em sustentabilidade
O estudo realizado pela Abraps e Deloitte também afirma que, na opinião dos entrevistados, os investimentos em políticas de sustentabilidade devem continuar no mesmo nível (43%) ou mesmo aumentar (29%) nos próximos anos. Levantamento apontou ainda que dentre os assuntos mais discutidos dentro das empresas, a questão da água e energia aparece na primeira posição.
“Mesmo em um cenário econômico complexo como o atual, as empresas não indicaram uma tendência em diminuir os investimentos em sustentabilidade. Essa pode ser uma aposta das empresas no apoio da área de sustentabilidade para a gestão mais eficiente de recursos, e na geração de valor com as práticas socioambientais promovidas pela frente”, afirmou uma das sócias da área de Consultoria em Gestão de Riscos e líder da área de serviços em Sustentabilidade da Deloitte, Camila Araújo.