Considerada uma doença empresarial, pelo menos de acordo com muitos profissionais de Recursos Humanos, a apatia pode ser definida como uma falta de motivação, uma inércia que afeta a vida pessoal e a carreira das pessoas. Este sentimento pode integrar a lista de sintomas de várias doenças graves, como depressão.
Quando se fala em carreira, a apatia compromete e muito o engajamento e a produtividade do profissional. E identificar a causa desse sentimento é o ponto de partida para reverter a situação e ajudar o funcionário a retomar suas atividades de maneira promissora.
Os mais diferentes problemas podem causar a apatia dos colaboradores: clima organizacional ruim, falta de desafios e de comunicação entre as equipes de trabalho, falta de capacidade dos líderes e gerentes para resolver problemas e minimizar crises. Paralelo a isso, estamos em tempos de crise e tentando sobreviver a um mercado que muda a cada segundo.
Na luta para manter seus empregos e atender às necessidades de empresas que buscam pessoas com habilidades diferenciadas, os profissionais se sentem perdidos diante de tantas direções a seguir: mudanças de nomenclaturas e tarefas de determinados cargos, novas formas de gestão, cursos de atualização e especialização variados que surgem todos os dias…
Na ânsia por buscar um novo foco para a carreira, o profissional se sente muitas vezes perdido. “As possibilidades de atuação profissional nunca foram tão diversificadas. No entanto, o que à primeira vista parece animador pode, por vezes, gerar acomodação, apatia e desânimo”, avalia Vivian Rio Stella, professora, coach e sócia-fundadora da VRS Cursos, Palestras e Coaching.
Driblando a apatia profissional
As técnicas de coaching podem ajudar funcionários e empresas a superarem a apatia profissional. Para explicar como essa metodologia funciona, Vivian propõe algumas reflexões que podem ajudar você a retomar o caminho da motivação e do sucesso. Confira:
Quais os principais momentos em sua formação que definiram a direção de sua vida profissional? De que forma marcaram sua vida e podem influenciar os próximos passos?
Perguntas como essas auxiliam você a identificar os fatos mais determinantes de sua vida, resgatando memórias e sentimentos positivos (ou não) e a refletir de que modo pode estar ancorado no passado ou ter tomado decisões sob influência de fatores que não são seus próprios valores e motivadores.
Quais as três principais razões de confusão/dúvida/insegurança quanto ao futuro?
Por enxergar apenas possíveis perdas, muitas vezes os profissionais se sentem inseguros para decidir por uma mudança de emprego, de carreira ou por um novo curso, por exemplo. A pergunta objetiva provocar reflexão a partir dos elementos sabotadores, trazendo à luz questões sobre como minimizar inseguranças e se elas são dificuldades práticas ou crenças limitantes.
Como você definiria o emprego dos seus sonhos?
Aparentemente simples, tal indagação provoca uma reflexão profunda sobre o que o profissional mais valoriza, que atividades ama fazer, quais gostaria de delegar e não consegue e como nem sempre o que queremos é possível dentro da estrutura onde se trabalha.
Quanto de espaço no seu dia a dia profissional ocupam as atividades que ama fazer e lhe dão prazer? Como incorporá-las mais ao seu cotidiano?
Sabemos que a agenda de muitos profissionais é desgastante porque ocupam a maior parte de seus dias com atividades que não amam fazer e fazem bem, mas que demandam uma grande energia. Claro que nem sempre é possível redimensionar a rotina para que só atividades prazerosas ou instigantes sejam executadas, mas a intenção da pergunta é refletir sobre o que pode ser delegado e em que medida uma possível vontade de mudança de carreira é, na realidade, uma insatisfação relacionada à agenda em si.