Na tentativa para que o nível de emprego na indústria se mantenha e evitar ainda mais demissões, o governo se inspirou em modelo alemão e elaborou uma proposta para reduzir a jornada de trabalho e salários dentro de empresas que estão sofrendo mais com a crise econômica. Tais percentuais ainda não foram acertados, mas de acordo com as centrais sindicais, é esperada uma redução de 30% na jornada de trabalho e até 15% nos salários.
O governo espera manter o trabalhador no emprego atual oferecendo um salário menor, mas em contrapartida, uma jornada também reduzida pelo prazo de um ano. O PPE (Plano de Proteção ao Emprego) visa também manter o nível de arrecadação fiscal do governo e dar um impulso para que as empresas continuem produzindo e empregando. Este plano ainda será negociado com os sindicatos e precisará de aprovação em assembleia.
A proposta vai de encontro ao momento vivido em todo o Brasil e, principalmente, nas montadoras de veículos do Grande ABC, em São Paulo, onde a crise econômica já provocou milhares de demissões em 2015. Além disso, estudos mostram que é mais barato para a empresa reduzir o salário via FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) do que arcar com os valores de uma demissão. Já pelo aspecto político, as pessoas envolvidas na proposta argumentam que seria uma boa medida para amenizar as relações do PT com um dos seus redutos eleitorais.
As centrais sindicais da região defendem que o “fundo contra crise”, que pagaria uma parte do salário do funcionário no período, seja constituído com os recursos adicionais (10%) da multa do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Já para a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o plano do governo só dever ser colocado em prática nestes momentos de crise comprovados pela empresa e governo.
O PPE também possui outro detalhe importante apontado pelas centrais, como no caso de um trabalhador afastado, que ao voltar ao seu posto dentro da empresa, corre o risco de encontrar dificuldades para sacar seu seguro-desemprego quando este momento de crise passar. Como dado, somente no mês de abril de 2015, mais de 98 mil empregos com carteira assinada foram cortados no país. O resultado é o pior desde o governo Collor.