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Mais da metade dos trabalhadores é contra mudança de carga horária, aponta pesquisa

Menos de 10% dos entrevistados acham interessante uma jornada superior a 8h diárias

© Depositphotos.com / monkeybusiness Governo pretende aumentar a carga horária para até 12 horas diárias.

A flexibilização da jornada diária de trabalho, sugerida pelo Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, será votada apenas em 2017. Entretanto, pesquisa realizada pelo site de recrutamento Vagas.com revela que o brasileiro não está muito interessado na mudança.

Para 52,2% dos usuários do site, o ideal é trabalhar 8 horas por dia, enquanto 35% gostariam de uma carga menor, entre 6h e 7h diárias. Apenas 9,1% aprovariam uma jornada maior. A pesquisa foi feita entre os dias 28 de setembro e 5 de outubro, com 1.659 usuários do site que estão empregados atualmente.

Entretanto, o fato de mais da metade dos brasileiros estar aparentemente satisfeita com a jornada de 8h, não quer dizer que consiga cumprir rigorosamente essa jornada. Pela pesquisa, 43% dos participantes disseram trabalhar 8 horas por dia, enquanto 36,3% afirmaram ter uma jornada superior a 8 horas.

Mais mulheres do que homens se dizem insatisfeitos no trabalho

O site Vagas.com também perguntou aos entrevistados o quão motivados eles estão no trabalho. De acordo com a pesquisa, 39% dos participantes estavam insatisfeitos, 36% satisfeitos e 25% indiferentes.

As mulheres são as mais insatisfeitas: 41% se declararam extremamente desmotivadas ou desmotivadas. Entre os homens, 40% se descreveram como motivados ou extremamente motivados.

Rafael Urbano, da área de inteligência de negócios do Vagas.com, aponta que uma das razões está no fato de as mulheres fazerem dupla jornada, pois além de trabalharem fora de casa, são responsáveis pelas atividades domésticas. A desigualdade salarial e as chances de promoção, que favorecem os homens, pode ser outro motivo da desmotivação profissional.

Sobre a flexibilização da jornada diária

Adiada para o final de 2017, a reforma trabalhista tem como uma das propostas aumentar a jornada diária para até 12h, desde que a carga semanal não exceda 48 horas (44 horas normais mais 4 horas extras).

A ideia é que as cargas horárias sejam acordadas entre trabalhadores e empresas. Dessa forma, o profissional passará a ser contratado por produtividade (projeto ou serviço específico) ou por horas trabalhadas. Essa flexibilização permitirá que a pessoa crie vínculo com mais de uma empresa.

As duas modalidades de trabalho propostas pelo governo Michel Temer serão criadas para serviços especializados. Além disso, o trabalhador receberá FGTS, férias e 13º proporcionais.

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