No mercado acionário, a recompra de ações pode ser definida como o momento em que diversas empresas percebem que as ações da Bolsa ficaram muito baratas e assim lançam planos de recompra dos próprios papéis, a fim de que se possam elevar os preços dos ativos.
Esta prática ganhou destaque desde a crise norte-americana do “subprime” e hoje tem funcionado como uma ferramenta empresarial importante para a valorização de papéis na bolsa. Mas a companhia só pode readquirir, no máximo, 10% de cada classe de ação, ordinárias ou preferenciais. A diferença entre as duas ações é que as ordinárias conferem ao titular o direito de voto nas assembleias da empresa, já as preferenciais não concedem esse direito.
Nesses programas as empresas costumam fixar um prazo para recomprar uma quantidade de ações no mercado para não terem prejuízo. As duas principais razões para que uma organização faça a recompra de ações são: sinalização de subavaliação da empresa – quando as ações são comercializadas por um valor menor do que de fato valem para a companhia –, e o volume excessivo de caixa sem possibilidade de investimentos no curto prazo.
Já o acionista deve analisar com cautela o programa de recompra de ações e estar atento às perspectivas da empresa antes de optar pela venda das ações. Assim, o investidor deve avaliar se a situação de determinado grupo é promissora levando em consideração o endividamento em dólar, caixa disponível, índices de liquidez e capacidade de geração de caixa.
Outro ponto a ser levado em conta é que o processo de recompra nem sempre provoca, imediatamente, movimentos de alta entre as ações. E em alguns casos, apenas a publicação da intenção de negociar as ações pode gerar movimentações significativas na Bolsa.
E caso quem mantenha as ações não opte por vendê-las no período de recompra, no curto prazo, há uma valorização dos ativos. Já a longo prazo, a situação logo volta ao normal, e a rentabilidade do papel passa a depender do desempenho da companhia.