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Os efeitos da nova classe média brasileira na economia do país

Com o aumento da renda e do consumo de bens duráveis, segmento que concentra 53% da população gastou mais de R$ 1,17 trilhão em 2013

De 2001 a 2011, a classe média brasileira sofreu um verdadeiro boom. Cerca de 35 milhões de brasileiros deixaram a pobreza para serem incluídos nesse segmento que hoje concentra 53% da população. Também chamada de classe C, ela abrange as famílias cuja renda mensal per capita (por pessoa) varia de R$ 320 a R$ 1.120.

Segundo estudo divulgado pela Serasa Experian e pelo Instituto Data Popular, com esse maior rendimento, a nova classe média gastou mais de R$ 1,17 trilhão em 2013 e movimentou 58% do crédito no Brasil.

Os gastos com alimentação lideram o consumo da classe C, tendo movimentado R$ 223,3 bilhões no ano passado. Em seguida vêm os gastos com saúde (R$ 71,8 bilhões) e vestuário (R$ 61,6 bilhões). Sendo observado ainda uma tendência de crescimento das despesas com serviços de educação, de beleza e produtos e serviços relacionados com tecnologia.

Ainda segundo a pesquisa “Faces da Classe Média”, em 2014, esse segmento deve consumir 8,5 milhões de viagens nacionais, 6,7 milhões de aparelhos de TV, 4,8 milhões de geladeiras, 4,5 milhões de tabletes, 3,9 milhões de smartphones, 3,2 milhões de viagens internacionais, 3 milhões de carros e 2,5 milhões de casas ou apartamentos.

Já outro levantamento realizado pelos institutos Data Popular e Data Favela, verificou que a proporção de lares nas comunidades pobres das regiões metropolitanas com alguns bens duráveis de consumo é maior que na média nacional. Um exemplo é o aparelho de televisão de tela plana que está em 46% dos lares das favelas, enquanto o número é 35% no Brasil como um todo.

Além disso, é indicado que 41% dos moradores dessas comunidades têm conta bancária; 37% têm caderneta de poupança; 35% têm cartão de crédito; e 53% têm poupança ou conta-corrente.

Entretanto, essa entrada no mercado consumidor de bens duráveis, não é efeito de uma política de redistribuição de renda e de queda da desigualdade socioeconômica no Brasil. Até hoje, boa parte da nova classe média brasileira vive em moradias precárias, sem saneamento básico, por exemplo, e continuam ocupando profissões mais típicas da classe C, que são as relacionadas a serviços de beleza, caixas de supermercados e lojas, representantes comerciais e vendedores e atendentes.

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