Fazer sempre as mesmas coisas durante anos ou não fazer nada ao longo de um dia inteiro de trabalho pode se tornar entediante para muitos funcionários. Entretanto, uma pesquisa revelou que não é bem assim. Existem outras interpretações para essa palavra dentro de um ambiente corporativo.
Para entender o significado de emprego entediante, o Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional fez um estudo com 72 empregados e supervisores de áreas como finanças, administração e vendas. A iniciativa integra um projeto que analisa os níveis de engajamento no trabalho no país.
Pelos resultados do estudo existem três tipos de tédio:
Primeiro tipo: sentimento de inércia, ou seja, o trabalho não atende às expectativas do funcionário. Tudo cai numa rotina chata e as tarefas oferecidas não são suficientemente desafiadoras.
Segundo tipo: aceleração do trabalho. É quando o funcionário tem trabalho demais ou considera as metas estabelecidas pela empresa fora da realidade.
Terceiro tipo: ritmo de trabalho perturbado, ou seja, quando o funcionário é constantemente interrompido na hora de executar suas tarefas ou enfrenta burocracias demais para desenvolvê-las.
Nos três casos identificados, os colaboradores ficam entediados porque não conseguem empregar no dia a dia todas as suas habilidades e seus empregadores não reconhecerem as atividades que são realizadas. Ou seja, em todos os casos há uma subutilização das habilidades do trabalhador.
“Embora sentimentos ocasionais de tédio sejam comuns e inofensivos, é preciso ter cuidado para que eles não se tornem dominantes ou permanentes”, disse Lotta Harju, uma das autoras do estudo, em entrevistas internacionais.
Lotta também alerta que o tédio constante corrói o bem-estar, aumenta o estresse e o turn over e diminui a produtividade. “Esse sentimento, muitas vezes, permanece escondido, porque o trabalhador entediado está fisicamente presente, mas não mentalmente”, conclui.