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Como a arquitetura influencia a produtividade dos funcionários?

Empresas passaram a apostar em ambientes que transmitam bem-estar e aumentem o engajamento da equipe

© Depositphotos.com / monkeybusiness Empresas têm se preocupado em melhorar a estrutura física em prol do bem-estar dos funcionários.

Com o metro quadrado ficando cada vez mais caro, muitas empresas têm optado por diminuir seus espaços físicos. Entretanto, essa medida precisa ser tomada com cuidado, de forma que não comprometa o bem-estar e o desempenho dos colaboradores.

Não é de hoje que as empresas se preocupam com uma boa arquitetura, mas nos últimos tempos ela vem ganhando cada vez mais importância. Os colaboradores passam mais tempo no trabalho do que em outros locais, por isso colocam o espaço físico na lista de quesitos para aceitar uma vaga de emprego ou permanecer em determinada empresa.

“Antes uma boa mesa era o suficiente. Hoje os espaços tendem a ser mais colaborativos e descontraídos. Além disso, muitos ambientes são colocados à disposição dos funcionários como benefício (berçário, lactário, refeitório, descompressão, creche etc.). Logo, quanto mais a pessoa gosta de ficar no escritório, mais ela produz”, explica o arquiteto Albert Sugai.

Muito além das cadeiras ergonômicas

Cada detalhe precisa ser pensado quando o assunto é proporcionar o bem-estar dos funcionários. Papéis de parede, grafitagem, quadros, objetos decorativos entre outras estratégias de decoração são sempre bem-vindas, mas tudo depende do segmento no qual a empresa atua.

“Um escritório de advocacia precisa transmitir tradição. Já uma agência de publicidade pode passar atualidade e descontração. Desse modo, as cores e o design reforçam o conceito de cada proposta”, comenta Sugai. “Independentemente do projeto a ser adotado, funcionalidade, conforto e valores e conceitos integrados com a cultura da empresa não podem faltar.”

Preocupadas com a geração Y, formada por pessoas exigentes e ávidas por inovação, as empresas apostam na arquitetura para ajudar a atrair e reter talentos. De olho nas tendências, o arquiteto comenta que espaços colaborativos, para interação e descontração, são ideais para esta geração. “Escritórios aconchegantes e com proposta alinhada com os produtos que consomem fazem parte do universo visual que a geração y está acostumada. Logo, estas empresas e suas marcas precisam se atualizar para se manterem ‘cool’”, diz Albert.

E completa: “Obviamente, esses projetos precisam fazer parte do DNA da organização, do contrário seria só marketing. E aqui vale uma observação: para negócios com regras rígidas de horário ou com uma cultura extremamente rígida, colocar uma mesa de bilhar no escritório não é um bom negócio. Já para escritórios onde a criação e a tarefa valem mais do que as horas trabalhadas, estes tipos de espaço agregam e muito.”

Inovações precisam ser duráveis

Na arquitetura e na decoração, assim como em outros segmentos, as tendências mudam com certa frequência. Desse modo, Albert sugere que as empresas projetem algo que permaneça por pelo menos cinco anos e que seja clássico. Isso porque os investimentos são altos. “Um bom projeto precisa, no máximo, de uma adaptação de tempos em tempos, quase como um ‘botox’ para atualizar”, avalia o arquiteto.

Na hora de definir o projeto, o que não pode faltar é a sustentabilidade, conceito que veio para ficar. “Acessibilidade é outro ponto, além de transparência e integração. Hoje as novas gerações não aceitam hierarquia muito rígida, na qual o dono e o diretor são intocáveis. As estruturas continuam com hierarquia, mas de modo mais horizontal”, finaliza Sugai.

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